Segundo ele, é preciso mapear o comportamento das pessoas para oferecer soluções inteligentes e isso tem que ser feito de forma colaborativa. "Temos que oferecer ferramentas de crowdsourcing para as pessoas, voluntariamente, mandarem informações sobre situação do trânsito, ônibus e metrô, e, com base nelas, entender as necessidades de transporte da cidade", explica.
Gilberto Peralta, da GE, lembrou ainda que, embora as faixas exclusivas de ônibus recentemente implantadas em São Paulo já sejam um avanço, aliadas ao uso inteligente da tecnologia, poderia-se aumentar ainda mais a velocidade de deslocamento dos coletivos.
Na França, por exemplo, as cidades de Tolouse e Bordeaux contam com um sistema de semáforos inteligentes que reconhecem quando os ônibus, que trafegam pela faixa exclusiva, se aproximam do cruzamento, que imediatamente fica vermelho para os carros e verde para os coletivos.
"Essas soluções de tecnologia têm que ser imediatas; São soluções fáceis, baratas e que podem ser implantadas rapidamente pelo poder público", disse Peralta.
Outro exemplo de melhorias trazidas pelo uso inteligente da tecnologia vem da Holanda. Segundo Carlos Pedranzini, o país criou o primeiro sistema nacional integrado de transporte público.
"O usuário só tem que comprar um bilhete pela internet ou pelo celular e pode usar em qualquer ônibus (municipal ou intermunicipal), trens ou barcas. É um mecanismo que dá comodidade ao cidadão e coleta informações sobre o deslocamento dos moradores do país inteiro, contribuindo para o planejamento do transporte nacional", diz.
Se é tão simples assim, por que o Brasil ainda está tão atrasado? "Porque nesses lugares alguém decidiu que não dava mais para esperar, foi lá e fez", resume Ulisses.
Claro que nada é tão simples por aqui. Pedranzini afirma que um dos grandes problemas nacionais é a governança. "A necessidade de integrar um sistema de transporte que passa por diversas esferas (municipal, estadual e federal) torna difícil aplicar um sistema como o holandês no Brasil", diz.
Segundo ele, é preciso criar um órgão central de mobilidade urbana que seja responsável por orquestrar todas as questões de transporte e mobilidade da cidade.
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