sábado, 16 de novembro de 2013

Carros brasileiros são ''comprovadamente letais'', aponta agência dos EUA.

qualidade dos automóveis fabricados pela indústria automobilística brasileira foi duramente questionada em reportagem da agência de notícias Associated Press. Segundo a publicação, os carros feitos no Brasil são “comprovadamente letais”, levando em consideração os recentes crash-tests realizados pelo Latin NCAP, que segue os mesmos padrões de ensaios de colisões realizados na Europa pelo Euro NCAP.
O texto cita a situação alarmante do trânsito brasileiro, onde em 2010 mais de 9 mil pessoas morreram em acidentes de carro. No mesmo ano, 12.400 americanos sucumbiram nas mesmas condições. No entanto, a frota norte-americana é cinco vezes maior que a brasileira. Ou seja, morrem quatro vezes mais brasileiros no trânsito que americanos. E o número continua crescendo, apontou a AP.
À reportagem, montadoras consultadas responderam que obedecem a lei brasileira, que não é exigente quanto a segurança. “Airbags e freios ABS, por exemplo, só serão obrigatórios em 2014″, cita o texto. A agência também comenta sobre o caso do Nissan March, que no Brasil teve duas estrelas na avaliação de segurança e na Europa, quatro. Na época a montadora japonesa afirmou que o padrão dos testes eram diferentes, o que depois foi negado pelo diretor técnico do Global NCAP.
Veja mais: Cintos de segurança de modelos nacionais são reprovados
Latin NCAP
Toyota Etios
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Como explica a matéria, os principais defeitos dos carros populares à venda no Brasil são “soldas fracas, materiais inferiores e projetos desenvolvidos sem preocupação com segurança”. Outros fatores são a falta de exigências do governo por carros melhores e mais seguros e também o fato do consumidor não se preocupar com o assunto.
“O segredo da carroceria de um carro capaz de suportar o teste de colisão com um boa nota são os pontos de solda. A versão brasileira tem a mesma aparência do lado de fora, mas por dentro estão faltando várias peças. O que está dentro ninguém pode ver”, contou a AP um ex-funcionário da Volkswagen, que trabalhou durante 30 anos na divisão brasileiro e que preferiu manter anonimato.
“A indústria faz apenas o necessário. É algo enlouquecedor. Esses problemas (com as soldas) foram vistos nos EUA na década de 1960”, apontou David Ward, diretor da Federação Internacional do Automóvel, à agência.
Dinheiro não é problema
A reportagem também crítica a alta margem de lucro das montadoras no Brasil. Segundo a consultoria IHS, a margem global das fabricantes é de 3% e nos EUA o número chega a 5%. No Brasil, a margem é de 10%, uma das maiores do mundo.
Por outro lado, o texto ainda reconhece que os custos de produção também são altos no Brasil e cita o exemplo da eletricidade usada nas fábricas, que equivalem a 20% do custo do veículo produzido no Brasil.

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