quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Aumenta o número de mulheres que trabalham como motoristas.

Nas capacitações oferecidas pelo Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Sest/Senat-AM), a presença das mulheres vem crescendo. A entidade disponibiliza cursos, obrigatórios a cada cinco anos, para condutores de transportes escolares, coletivos, ambulâncias e veículos de transporte de produtos perigosos.

Segundo a técnica de formação profissional do Sest/Senat, Valeska Andrade, há empresas que dão preferência a motoristas do sexo feminino, por serem mais organizadas, pacientes e atentas no trânsito. "Temos alunas nos quatro cursos. A maior presença delas é no transporte escolar. Enquanto que em 2004 elas representavam 20% dos alunos, hoje 60% da turma é feminina", explica. O grupo com menor número de mulheres é o de transporte de produtos perigosos, com apenas nove motoristas do sexo feminino.

Desde o ano passado, Gleiciene Moreira da Silva procurava uma atividade em que pudesse ajudar o marido nas despesas da família e tivesse tempo para se dedicar à casa e à filha de seis anos. "Foi quando meu pai comprou uma van e perguntou se eu não queria fazer transporte escolar. Por gostar muito de criança, resolvi tirar a carteira de habilitação e entrar no negócio".

Desafio

Como em todo novo investimento, Gleiciene achava que seria difícil conseguir os primeiros clientes. "Mas quando as pessoas viam que havia uma mulher na direção, davam preferência para o meu serviço. Os pais até aceitam um homem dirigindo e uma mulher como monitora, mas se sentem seguros mesmo quando são duas mulheres".

Hoje, Tia Gleiciene trabalha com 23 crianças e adolescentes, nos turnos da manhã e da tarde. Além de fazer capacitações, a motorista conta com a ajuda da irmã para monitorar os alunos. "Fazer transporte escolar é uma grande responsabilidade. É uma tarefa tão importante quanto levar e trazer meu próprio filho. Os pais confiam em você e a gente cria afeição pelas crianças. Procuro fazer sempre o meu melhor", afirma.

Com 30 anos de estrada, pode-se dizer que Fátima Magalhães carrega a paixão pelos caminhões no sangue. Aprendeu a dirigir com o pai, que fazia pequenos fretes em Tabuleiro do Norte, onde vivia. Casou com um caminhoneiro e dois dos seus filhos também seguiram a profissão. "Quando meu marido conseguiu comprar um caminhão próprio, passei a acompanhá-lo nas viagens e, como eu tinha carteira da categoria, a gente se revezava na direção. Já chegamos a ir para Curitiba de caminhão", recorda Fátima.

Hoje, o marido parou de dirigir por conta de um problema de visão, mas Fátima continua na profissão junto com os filhos. Para ela, as amizades feitas pelos caminhos e a oportunidade de conhecer novos lugares são os principais atrativos de ser caminhoneira. A motorista acrescenta que nunca sofreu preconceito por ser mulher.

Saiba mais

Categoria C: A permissão de direção é utilizada para conduzir veículos motorizados para transporte de carga com peso acima de 3.500Kg, ou seja, caminhão. O motorista deverá ter, no mínimo, um ano de experiência na categoria B

Categoria D: A habilitação é para transporte de mais de oito passageiros, sem contar com o motorista. A permissão é para dirigir veículos, como ônibus e vans. Para a sua retirada é exigido ter experiência mínima de dois anos na categoria B ou um ano na categoria C

Categoria E: Esta habilitação, permite a direção de veículos articulados ou veículos com unidades de tração e de carga separada, com 6.000 Kg ou mais de peso bruto total, ou ainda transportes que possuem lotação superior a oito lugares. É necessário que o motorista possua experiência de, no mínimo, um ano na categoria C

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