Mas quando é o motorista experiente, com anos de carteira e que acha que dirige melhor que os outros é quem perde o controle do carro e bate contra um objeto fixo? Como é que fica?
Você nunca sabe se ao empurrar o carrinho de bebê sobre a calçada algum motorista perderá o controle do carro e causará uma tragédia.
Você não pode garantir que ao atravessar a rua sobre a faixa de segurança um motorista que dirigiu depois de beber vai perder o controle do carro e interromper a sua vida bem ali.
Quantas pessoas foram mortas por motoristas que perderam o controle do veículo e as esmagaram contra o muro, as grades de ferro e a própria casa?
Convido à todos que são habilitados e dirigem a refletir sobre quais motivos levam um condutor a perder o controle do seu próprio carro.
No caso do motorista recém-habilitado, sem prática, sem experiência e sem domínio do próprio carro, se ele ainda não domina os fundamentos básicos e ainda assim foi dirigir em via pública colocando a si próprio e aos outros em risco, nada justifica a falta de bom senso, a imprudência e a negligência.
No caso do motorista que se gaba de ser habilitado, experiente, que confia demais nas habilidades que pensa que tem, mas não consegue controlar o próprio carro, que hipóteses temos?
Falha mecânica? Mas, não seria também essa uma falha humana em não manter as revisões preventivas em dia?
Dirigiu depois de beber, ficou com a coragem em alta, mas os reflexos e o estado psicomotor em baixa?
Porque saiu da balada com a cuca cheia de birita, de coragem e impetuosidade, acelerou demais e não conseguiu controlar o carro?
Ou pior: estava dirigindo de cara limpa, acha que dirige mais que os outros e descobriu que não?
Ah, mas tem a via pública em péssimo estado de conservação! Só que a maior parte dos acidentes causados por choque são provocados à luz do dia, com tempo bom, seco e em vias com asfalto em bom estado. É desse índice alarmante a que me refiro.
No caso das vias públicas em péssimo estado pode-se cobrar do poder público a devida manutenção e sinalização. Mas, e no caso das vias em bom estado em que os motoristas continuam abusando da imprudência, imperícia e negligência? Cobrar de quem a não ser do próprio condutor, já que trânsito é comportamento e mais de 90% dos acidentes são provocados por falhas humanas?
A Revista Veja retratou bem a realidade: os acidentes de trânsito no Brasil matam mais do que a guerra civil matou em 20 meses na Síria; matam mais do que a Guerra do Iraque já matou em 3 anos; matam mais do que a Guerra do Vietnã já matou em 16 anos.
Os acidentes de trânsito no Brasil matam mais que as doenças cardiovasculares, e considerando que este conjunto de doenças afeta qualquer parte do corpo, faça-se ideia da dimensão da gravidade de se matar mais no trânsito do que todas as doenças juntas!
Diz a reportagem da Veja que o brasileiro tem mais motivos para temer um cidadão sentado ao volante do que os assaltos e outros tipos de violência urbana, o que eu concordo.
Será que as estatísticas, esses recortes da realidade da violência no trânsito, já não são suficientes para redobrarmos os cuidados ao dirigir?
Francamente! Tudo o que não precisamos é de motoristas perdendo o controle dos próprios carros, deixando de fazer o mínimo que se espera deles e piorando ainda mais a situação!
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