quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Choque: o que está acontecendo com os motoristas?

O choque é um tipo de acidente em que o veículo em movimento choca-se contra um obstáculo fixo, que pode ser um muro, uma cerca, um poste, um ou mais veículos parados, meio fio, canteiro, ilha de segurança ou qualquer outro, inclusive casas.


Considerando que o choque é um tipo de acidente em que o motorista não consegue fazer o mínimo que se espera dele, que é controlar o próprio carro, temos que convir que o assunto é muito sério.


Motoristas que dirigem há mais tempo costumam atribuir a falta de comando do carro a motoristas novatos a quem eles se referem com expressões pejorativas como “barbeiros”, “meia roda”, “pitocos”, dentre outras.


Mas quando é o motorista experiente, com anos de carteira e que acha que dirige melhor que os outros é quem perde o controle do carro e bate contra um objeto fixo? Como é que fica?


Neste tipo de acidente você nunca sabe se ao deixar o seu carro estacionado em via pública vai encontrá-lo inteiro na volta.


Você nunca sabe se ao empurrar o carrinho de bebê sobre a calçada algum motorista perderá o controle do carro e causará uma tragédia.


Você não pode garantir que ao atravessar a rua sobre a faixa de segurança um motorista que dirigiu depois de beber vai perder o controle do carro e interromper a sua vida bem ali.


Quantas pessoas foram mortas por motoristas que perderam o controle do veículo e as esmagaram contra o muro, as grades de ferro e a própria casa?


Convido à todos que são habilitados e dirigem a refletir sobre quais motivos levam um condutor a perder o controle do seu próprio carro.


No caso do motorista recém-habilitado, sem prática, sem experiência e sem domínio do próprio carro, se ele ainda não domina os fundamentos básicos e ainda assim foi dirigir em via pública colocando a si próprio e aos outros em risco, nada justifica a falta de bom senso, a imprudência e a negligência.


No caso do motorista que se gaba de ser habilitado, experiente, que confia demais nas habilidades que pensa que tem, mas não consegue controlar o próprio carro, que hipóteses temos?


Falha mecânica? Mas, não seria também essa uma falha humana em não manter as revisões preventivas em dia?


Dirigiu depois de beber, ficou com a coragem em alta, mas os reflexos e o estado psicomotor em baixa?


Porque saiu da balada com a cuca cheia de birita, de coragem e impetuosidade, acelerou demais e não conseguiu controlar o carro?


Ou pior: estava dirigindo de cara limpa, acha que dirige mais que os outros e descobriu que não?


Ah, mas tem a via pública em péssimo estado de conservação! Só que a maior parte dos acidentes causados por choque são provocados à luz do dia, com tempo bom, seco e em vias com asfalto em bom estado. É desse índice alarmante a que me refiro.


No caso das vias públicas em péssimo estado pode-se cobrar do poder público a devida manutenção e sinalização. Mas, e no caso das vias em bom estado em que os motoristas continuam abusando da imprudência, imperícia e negligência? Cobrar de quem a não ser do próprio condutor, já que trânsito é comportamento e mais de 90% dos acidentes são provocados por falhas humanas?


A Revista Veja retratou bem a realidade: os acidentes de trânsito no Brasil matam mais do que a guerra civil matou em 20 meses na Síria; matam mais do que a Guerra do Iraque já matou em 3 anos; matam mais do que a Guerra do Vietnã já matou em 16 anos.


Os acidentes de trânsito no Brasil matam mais que as doenças cardiovasculares, e considerando que este conjunto de doenças afeta qualquer parte do corpo, faça-se ideia da dimensão da gravidade de se matar mais no trânsito do que todas as doenças juntas!


Diz a reportagem da Veja que o brasileiro tem mais motivos para temer um cidadão sentado ao volante do que os assaltos e outros tipos de violência urbana, o que eu concordo.


Será que as estatísticas, esses recortes da realidade da violência no trânsito, já não são suficientes para redobrarmos os cuidados ao dirigir?


Francamente! Tudo o que não precisamos é de motoristas perdendo o controle dos próprios carros, deixando de fazer o mínimo que se espera deles e piorando ainda mais a situação!

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