sábado, 4 de janeiro de 2014

Dificuldades para a formação de profissionais do trânsito .

Formação para profissionais do trânsito


Trânsito é o assunto do momento. Trânsito é pauta diária nos meios de comunicação. Trânsito é palavra de ordem na nossa sociedade massacrada pelos acidentes. Nunca se falou tanto em trânsito como nesses tempos em que morrem mais pessoas em vias públicas do que de câncer ou nas guerras mundiais.



Mas há um paradoxo: a oferta de cursos de pós-graduação ainda é insuficiente, principalmente


Mestrado.


A sociedade clama por educação para o trânsito nas escolas desde os anos iniciais até a universidade. Tem sido comum defender que segurança no trânsito deveria ser ensinada como disciplina específica, suplantando o caráter globalizante do ensino brasileiro como rege a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB). Existe um entrave legal para isso que comentaremos em outra postagem, mas, quem vai formar os professores se não estamos conseguindo formar sequer os profissionais em segurança no trânsito?





O fato é que as universidades começaram a oferecer cursos específicos em nível de graduação na área de trânsito há pouco tempo. A Universidade do Sul de Santa Catarina, Unisul, é a única no Brasil que oferece o curso de Graduação em Segurança no Trânsito com a titulação de Tecnólogo na modalidade à Distância (EAD). A primeira turma foi formada em 2012.


Embora as universidades brasileiras ofereçam cursos de pós-graduação na área de trânsito, inclusive na modalidade de Ensino à Distância (EAD), ainda há muitas barreiras.


Para a graduação, ou não existe o polo presencial na cidade do interessado, ou não existe o curso específico de pós-graduação, ou quando existe não é em cidades próximas e é necessário deslocar-se quilômetros.


Depois de graduado, aí é que aumentam as dificuldades para a formação permanente. As disciplinas que compõem a grade curricular dos cursos na área de trânsito são muitas, mas a oferta principal tem sido em gestão do trânsito como um todo. Mas, só isso não basta! Ainda é muito limitado se considerarmos o vasto campo de atuação do profissional do trânsito.


Se a opção for pelo Mestrado, aí é que complica mais ainda. Provavelmente, o profissional do trânsito terá de optar por algum curso de Mestrado em Educação e voltar o tema de pesquisa para a Educação no Trânsito. Mas, cursos específicos de Mestrado em Trânsito com foco em outras possibilidades de atuação do profissional ainda não temos no Brasil.


Esse é o grande questionamento que devemos fazer, principalmente se somos profissionais que atuamos ou pretendemos atuar na área do trânsito: quais as perspectivas de formação permanente?


Depois de formados teremos de nos contentar com os cursos de gestão de trânsito como única oferta? Que outros cursos e quando serão oferecidos especificamente na área de trânsito?


Quando serão oferecidos cursos de Mestrado para profissionais do trânsito sem termos de pegar carona em outras áreas?


Talvez, a resposta que venha lá de cima e das universidades é que a formação específica na área de trânsito ainda é recente, motivo pelo qual as universidades ainda estão se preparando e se adequando para expandir as ofertas de graduação, especialização e Mestrado.


O fato é que se a questão burocrática e legal para a oferta de novos cursos pelas universidades é um entrave à formação permanente, a necessidade dessa formação para o profissional e para a sociedade é urgente!


Os dados variam, mas há informações estatísticas de que a cada 30 segundos um acidente de trânsito é registrado no Brasil. A cada 12 minutos morre uma vítima de acidente de trânsito no nosso país. A cada ano, 7 mil crianças com menos de 7 anos de idade ficam inválidas em acidentes de trânsito.


Os profissionais da área necessitam e merecem uma formação adequada e permanente para enfrentar esses e outros desafios presentes e futuros.


Fazer especialização ou Mestrado no exterior é um sonho de muitos. Melhor ainda seria se tivéssemos a oferta adequada desses cursos em nosso próprio país para conhecermos, estudarmos e buscarmos soluções para a nossa própria realidade.

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