Infelizmente, ver pessoas jovens, sem nenhuma deficiência física e mal educadas ocupando vaga de idosos e de deficientes é mais comum e revoltante do que se pensa.
E aqueles que para tirar vantagem pegam o carro com o adesivo de vaga especial no vidro, mas não são deficientes e nem o estão transportando, e querem arrumar confusão no estacionamento para garantir a vaga?
O que tem a ver homens e mulheres jovens, em pleno vigor da idade, ocuparem vagas preferenciais destinadas a idosos, a pessoas com mobilidade reduzida que, muitas vezes, passam trabalho para entrar e sair do carro manuseando andadores, muletas, cadeira de rodas e bengalas? E mesmo que não necessitem desses acessórios, a vaga é preferencial, é deles, tem que respeitar! Se não porque é lei, mas porque deveria ser por respeito, por educação, por dever de cidadão!
E quando o “sujeito” estaciona em cima da sinalização para embarque e desembarque de cadeira de rodas? Como é que o cadeirante entra e sai do veículo? Ou não entra e nem sai até que o motorista abusado termine de fazer as compras?
Também é dever moral, de cidadania e de ofício dos proprietários, gerentes e responsáveis pelos estacionamentos, fiscalizar, botar ordem na casa, pedir que retire o veículo da vaga preferencial se não for idoso ou deficiente. Não basta abafar o caso, alisar o cliente mal educado que está tendo chiliques na loja e ser conivente com o desrespeito!
Pior ainda é quando os supermercados utilizam as vagas preferenciais para idosos e deficientes físicos para descarregar mercadorias, complicando ainda mais a situação de quem tem mobilidade reduzida. Simplesmente, o fim da picada!
Há municípios em que é lei: a vaga para gestantes e mulheres com crianças de colo é preferencial e estão cobrando mesmo: não importa a cara feia, se aumenta o tom de voz e quer fazer barraco!
O problema é que o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) somente fiscaliza e pune com multa e até remoção os veículos estacionados em vagas preferenciais na via pública! Só que os estacionamentos de shoppings, supermercados, cinemas e afins, embora sejam públicos estão dentro de propriedade particular. Portanto, não é via pública e lá dentro agente de trânsito não pode fiscalizar e multar. Só quem pode fazer alguma coisa são os responsáveis e gerentes! Mas, muitos preferem dar razão ao cliente mal educado.
O certo é que as pessoas tivessem mais consciência, mais educação, mais cidadania, mais valores de convivência e respeitassem as vagas preferenciais.
O fato é que quem estaciona em vaga preferencial de idoso ou de deficiente físico sem precisar delas não rouba só a vaga, rouba a mobilidade do outro. Rouba a dignidade do outro, que é o mínimo existencial para que uma pessoa com mobilidade reduzida possa entrar e sair do veículo com o devido respeito à sua condição, com segurança e proteção.
Se o “Sr. Folgado” e a “Sra Folgada” entendem que estão acima das leis e das regras de convivência respeitosa em sociedade e querem usufruir de vaga preferencial sem precisar dela, imaginem o quanto é complicado, difícil e desumano para quem precisa dessa vaga.
Circula pelas redes sociais um cartaz acompanhado de um preservativo que diz: você não é e nem está acompanhando idoso ou deficiente físico, mas estacionou em vaga preferencial. Por favor, não se reproduza. A humanidade agradece.
O problema de se reproduzir é de gerar mais um mal educado que daqui a alguns anos vai imitar o comportamento dos pais sem educação e sem respeito ao próximo. Só que o único preservativo para evitar a reprodução da falta de respeito, de ética e de cidadania é a educação.
Educação para o trânsito na escola, voltada para os valores de convivência é fundamental para educar as novas gerações. Mas, aprender a conviver em sociedade e a respeitar os outros, principalmente quando os outros são aqueles que precisam das vagas preferenciais, se aprende em casa, de berço, na família. Pelo bom exemplo.
Que exemplo você está dando a seus semelhantes e aos seus filhos?
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