Em 2011, de acordo com o SIM, o número de motociclistas vítimas de acidentes de trânsito que vieram a óbito foi de 11.268 em todo o Brasil. Comparado com o ano de 2001, em que o número de vítimas fatais foi de 3.100, houve aumento de 263,5% no período. Segundo o Ministério da Saúde, em 2011 o governo gastou cerca de R$ 96 milhões com internações em decorrência dos acidentes de trânsito envolvendo motos.
Esse número ameaçador ultrapassa outros tipos de acidentes de trânsito em geral. A principal explicação pode estar no aumento da frota de motocicletas, que, segundo a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas e Similares (Abraciclo), cresceu mais de 300% em 10 anos. Além do grande número de motos nas ruas, o fator humano também contribui para que os acidentes aconteçam com mais frequência. Segundo especialistas o despreparo de motoristas e motociclistas é fator principal para o aumento dessas fatalidades.
Em Goiânia, os dados também são preocupantes. Existem hoje, na Capital, mais de 240 mil motos circulando pelas ruas e quando ocorre o acidente quem leva a pior é quem está sobre as duas rodas. Segundo a Secretaria Municipal de Trânsito (SMT), até abril do ano passado (2013), mais de 3.800 motociclistas se envolveram em acidentes. Desse total, 3.400 ficaram feridos e 50 morreram. Só no mês de dezembro foram registrados, no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), 636 atendimentos, sendo que 158 desses pacientes eram vítimas de acidentes de trânsito.
Para o presidente da Comissão Cientifica da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) Regional Goiás, Newton Antônio Tristão, moto em Goiânia é um fator epidêmico. “Goiânia só perde para São Paulo em número de condutores de moto”, constata. Para ele, o grande volume de condutores já é um fator que eleva o número de acidentes pontua também o fator pressa. “O motoqueiro sofre pressão para realizar entregas rápidas”, diz.
Além de uma série de problemas relacionados aos acidentes, existem também as sequelas que acompanham os motociclistas por muito tempo. Newton Tristão reconhece que um atendimento rápido dos acidentados é um fator determinante para a recuperação das vítimas. Ele recomenda a não manipulação do acidentado por parte da população. “Ligue para o socorro imediatamente e evite lidar com o paciente, porque um manuseio inadequado pode agravar ainda mais a situação”, aconselha.
A bancária Yale Correia da Costa, 21 anos, recentemente passou por um drama ao perder o controle da moto que conduzia numa tentativa de desviar de outro motociclista. “Eu perdi o controle e para não bater de frente, desviei”, lembra. Na queda a jovem deslocou o maxilar sofreu cortes na cabeça e joelho. O que a deixou por uma semana internada.
Após a internação, Yale ainda ficou impossibilitada de praticar qualquer atividade durante três semanas. “No começo foi traumático”, revela. Ela afirma que, devido gostar muito de pilotar moto e o fato do acidente não ter sido tão grave, logo resolveu estar sobre duas rodas novamente. “Hoje faço parte da Secretaria de Provas do Campeonato Goiano de Motocross”, declara.
Ela reconhece que os acidentes ocorrem muitas vezes por falta de prudência do motorista, “existe muita imprudência do próprio motorista, é preciso muita atenção no trânsito”, reconhece.
Algumas táticas para não correr risco enquanto pilota:
1- Na cidade ou na estrada, pilote sempre com responsabilidade.
2- Diminua a velocidade quando houver incertezas na rua ou estrada.
3- Nunca pilote com álcool na cabeça, no estômago, ou nas veias.
4- Não ultrapasse sem ter certeza: visão frontal e dos espelhos.
5- Nunca faça conversão a esquerda em pistas de mão dupla, dê a volta no quarteirão.
6- Não salte em lombadas, este instrumento é construído para reduzir a velocidade.
7- Cuidado quando ficar algum tempo sem pilotar. Ficar muito tempo longe da moto pode acarretar em perda de reflexo.
8- Se pilotar todos os dias, não abuse da confiança.
9- Em viagens, pare, com frequência, entre 100 e 200 km, faça um alongamento, tome uma água, o vento desidrata, sua viagem ficará mais prazerosa, e você verá detalhes do trajeto que nunca imaginava que existissem.
10- Pilote sempre com a luz acesa.
11- Cuidado com veículos estacionados, eles tendem a sair em cima de você.
12- Cuidado com cruzamentos.
13- Quando for inevitável uma parada de emergência mantenha o giro do motor, até acelere um pouco. Com o pé esquerdo vá baixando as marchas e, com o direito mantenha a ação no freio traseiro.
14- Independente da sua velocidade de tocada, a distância segura do carro/moto da frente sempre será no mínimo de três segundos, é o tempo que você leva para acionar os freios.
15- Frear em curva com a moto inclinada, pouco irá te ajudar, (exceto quem toca muito, muito mesmo), o normal é terra.
16- Faça uma inspeção rápida nas condições da moto, sempre que for andar após um período parado, pneus, corrente, pregos, raio quebrado, bagagens solta.
17- Não existe sinal totalmente verde para moto, tenha uma reserva de cautela.
18- Usar equipamentos de segurança, principalmente o capacete, sempre.
19- Na estrada ou cidade, mantenha a visão no ponto mais longe possível, de preferência, movimente o raio de visão, uma no espelho, uma na direita, uma na esquerda e uma no centro.
20- Em uma curva média ou alta, não use toda a linha interna da curva já no seu início, isso diminui o seu campo de visão.
21- Quando viajar com muita bagagem, várias mochilas e bolsas, coloque a moto bem na vertical, e vá amarrando individualmente, volume por volume. É a única maneira de a sua bagagem permanecer firme.
Ademir Souza das chagas, Perito e analista em Acidente de transito, da toda a dica sobre duas Rodas.
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