Todos os anos a ONG Transparência Internacional disponibiliza seu CPI – Corruption Perceptions Index, ou seja, seu Índice de Percepção da Corrupção. Neste ano (2013) o Brasil é o 72º no ranking. O CPI é um índice subjetivo, calculado desde 1995, baseado em pesquisas de opinião de um conjunto de empresários e instituições acerca de suas percepções sobre práticas corruptas. Por ser subjetivo, um determinado valor do indicador em dois países não representa necessariamente a mesma dimensão de corrupção percebida nesses países (um CPI de três para o país A, por exemplo, não representa necessariamente a mesma corrupção percebida de um indicador três para o país B). O CPI reflete o ponto de vista de observadores de todo o mundo, incluindo experts que vivem e trabalham nos países e territórios referidos. Em 2013 foram analisados 177 países. A metodologia da pesquisa considera a pontuação de 0 a 100, sendo 100 a pontuação mais alta e inferiores a 50 indicam graves problemas de corrupção no país.
O Brasil, que em 2013 estava na 69º posição no ranking, com um escore de 43 pontos, teve piora em sua nota, passando para a 72º posição, com uma pontuação de 42 pontos, em 2013.
Os dez países com melhor desempenho foram Dinamarca, Nova Zelândia, Finlândia, Suécia, Noruega, Cingapura, Suíça, Holanda, Austrália e Canadá, com escores entre 91 e 81 pontos.
Entre os piores em corrupção percebida podemos citar Somália, Coréia do Norte, Afeganistão, Sudão, Sudão do sul, Líbia, Iraque, Uzbequistão, Turcomenistão, Síria, com escores entre 8 e 17, respectivamente
De acordo com um relatório sobre a corrupção apresentado pela FIESP, em 2013, as principais consequências da corrupção são a redução da eficiência do gasto público e o desestímulo ao investimento privado. Ao reduzir a atratividade do investimento produtivo, a corrupção gera consequências negativas sobre o nível do PIB per capita, a competitividade e o potencial de crescimento da economia. Quanto menor a corrupção percebida, maior tende a ser a competitividade do país. Países com menor nível de corrupção percebida tendem a mostrar maiores índices de desenvolvimento humano. Nota-se que os países com maior efetividade do governo e maior eficácia das leis apresentam menores níveis de corrupção percebida.
De acordo com o relatório da FIESP, o custo médio da corrupção no Brasil, em 2010, foi estimado entre 1,38% a 2,3% do PIB, isto é, de R$50,8 bilhões a R$ 84,5 bilhões. Num cenário realista, o custo da corrupção seria de R$ 50,8 bilhões, com o qual o Brasil poderia arcar com o custo anual de 24,5 milhões de alunos das séries iniciais do ensino fundamental segundo os parâmetros do CAQi (Custo Aluno-Qualidade Inicial – CAQi –, originalmente desenvolvido pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação, estabelece padrões mínimos de qualidade da Educação Básica por etapa, fase e modalidade). Também seria possível equipar e prover o material para 129 mil escolas das séries iniciais do ensino fundamental com capacidade para 600 alunos segundo o modelo CAQi. Poderia também construir 57,6 mil escolas para séries iniciais do ensino fundamental segundo o modelo CAQi ou então comprar 160 milhões de cestas básicas (DIEESE).
Por se tratar de uma pesquisa de percepção, o insucesso do Brasil neste novo ranking não se deve necessariamente à piora do sistema que facilita a corrupção, mas pode estar ligada ao aumento das denúncias de fraude e corrupção ocorridas nos últimos anos, em empresas (empreiteiras, incorporadoras, construtoras etc.), na política, em corporações como a polícia e amplamente divulgadas pela mídia.
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