"Se depender da CRA, o projeto vai ser aprovado. A resolução onera e tira a renda do produtor. Essa é a grande preocupação dos parlamentares que têm compromisso com esse setor que é o motor da economia brasileira", enfatizou a progressista gaúcha. Autor do projeto, Alceu Moreira declarou que a exigência de emplacamento é meramente arrecadatória, uma vez que as máquinas agrícolas permanecem a maior parte do tempo dentro das propriedades rurais. Ele observou que são raros os acidentes de trânsito envolvendo esse tipo de maquinário, um dos argumentos utilizados pelos defensores da aplicação da resolução do Contran. "Essa norma não tem nenhuma preocupação com a segurança do trânsito. O volume de acidentes não é nada. Desaparece no gráfico. A incidência da cobrança frente ao risco é um achaque", criticou.
Custos
"Se a gente pensar que até outubro já haviam sido vendidos mais de 51 mil tratores, o custo total para o setor rural seria de 27 milhões de reais. Ou seja, seriam R$ 27 milhões saindo do setor para o governo, sem a mínima necessidade", disse Leonardo Machado, assessor técnico da Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas da CNA.
O coordenador-geral de Infraestrutura de Trânsito do Denatran, Milton Walter Frantz, destacou que as normas se aplicam apenas ao maquinário que transitar em via pública. "Conforme a lei, quem transitar em via pública tem a obrigação; quem não transitar, não tem. Não é mandatório", observou.
O representante da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Paulo Cesar Dias, por sua vez, ressaltou que os produtores não têm culpa da estrada passar pela propriedade ou de ter mais de uma área de produção ou ainda de precisar pegar emprestado um maquinário do vizinho. Em qualquer uma dessas situações, ao andar pela rodovia, o agricultor estará sujeito à multa, caso o PLC 57/2013 não seja sancionado até o fim do próximo ano.
Extorsão
Segundo Blairo Maggi (PR-MT), a obrigatoriedade de emplacamento é uma tentativa de "extorsão do agricultor". Waldermir Moka (PMDB-MS), Sérgio Souza (PMDB-PR), Ruben Figueiró (PSDB-MS) e Benedito de Lira (PP-AL), presidente da CRA, também afirmaram que a medida visa unicamente aumentar a arrecadação do governo. Os senadores que participaram da audiência pública concordam que o PLC 57/2013 põe um ponto final no problema. Maggi também destacou que possui um projeto (PDS 124/2013) para suspender a resolução do Contran. Essa proposta está em tramitação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.
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