Duas situações: Numa delas, o simulador funcionou como se o motorista tivesse bebido um copo de cerveja, outro de uísque, mais um de vodca e dois de champanhe. Como descrito no início desta matéria, a direção tornou-se quase impossível e perder o controle do veículo foi uma questão de segundos.
No outro teste, a ingestão havia sido de duas latas de cerveja. Nesse caso, embora a visão permanecesse normal, os reflexos claramente estavam prejudicados -- houve uma grande dificuldade para frear quando o trânsito da rodovia parou repentinamente, por exemplo.
Função educativa
O simulador disponibilizado pelo Detran chamou a atenção dos universitários da Unesp. "Você tem de agir rápido, mas fica sem reação", contou Rafael Baggio, 23 anos, aluno do curso de Mecatrônica. O aparelho tem todas as características de um carro comum, como cinto de segurança, setas, faróis (incluindo o de milha), buzina, freio de mão, câmbio de cinco marchas, conta-giros, pisca-alerta, velocímetro, espelhos retrovisores e volante que trepida conforme o tipo de piso simulado.
Eventuais infrações, como não dar seta, ultrapassar a velocidade permitida ou trafegar na contramão, entre outras, são compiladas para um relatório que surge na tela ao final da experiência. "Minha maior dificuldade foi olhar os carros vindo pelo retrovisor", disse Amanda Rebelo, 20, futura engenheira ambiental. Com ela, a experiência durou pouco: depois de várias batidas recebidas na traseira por ter diminuído demais a velocidade na estrada, resolveu desistir. Mas entendeu o recado do simulador: "O reflexo demora mais. Tem de prestar atenção e não beber e dirigir."
A dificuldade para enxergar a estrada com precisão depois de ter bebido foi elencada por Lucas Perez, 20, também aluno de Engenharia Ambiental. "Você acha que está num lugar e de repente a pista vira", relatou.
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