O assessor do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), Dilson Souza, disse que faltam recursos e pessoal para fiscalizar os Detrans e o sistema como um todo. "Praticamente não existe fiscalização. O que nós temos visto nas poucas inspeções que fizemos nos Detrans é que, com raras exceções, as autoescolas não são pelo menos visitadas. Esta falta de presença dos órgãos oficiais causa um completo descumprimento das normas regulamentares", afirmou.
"Em São Paulo, nós teríamos 400 quilômetros de congestionamentos. Isso se apenas 5% das motos entrarem em circulação", disse Cané.
Acidentes
O projeto também determina a criação de faixas exclusivas para motos, quando possível. Outro texto em tramitação (PL 2872/08) propõe a circulação de motos pelos corredores apenas nos momentos de trânsito parado. Mas o técnico do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) Carlos Henrique Carvalho citou o grande número de acidentes envolvendo pedestres e motos, o que poderia aumentar com essa permissão.
A professora de saúde pública da Universidade de São Paulo (USP), Maria Helena Jorge, disse que o aumento da fiscalização após a entrada em vigor do atual código (1997) e após a Lei Seca (Lei 11.705/08) teve o efeito de reduzir acidentes. Ela disse que os motociclistas representaram 25% das mortes em acidentes de trânsito em 2010. Entre o total de acidentes, um quarto resulta em traumatismo craniano, o que revela a falta de capacete ou capacete inadequado. As mortes atingem principalmente homens entre 20 e 29 anos.
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