sábado, 28 de setembro de 2013

Como identificar problemas no freio

Sistema de freios


Itens principais do sistema de freio, as pastilhas e discos são aquelas peças cuja durabilidade média a maioria dos especialistas não se sente à vontade para estabelecer. “Como são componentes de desgaste, não é possível determinar uma quilometragem específica relacionada à durabilidade do sistema de freio. Por isso é importante fazer a manutenção preventiva duas vezes por ano”, avalia o engenheiro Daniel Lovisado, da Bosch. Ele explica que a durabilidade depende de vários fatores, mas a principal é o modo de o motorista dirigir.


Segundo Daniel, quem acelera mais é que mais sacrifica os freios, já que a frenagem eleva sua temperatura e desgaste. É o mesmo entendimento do engenheiro George Pitseys, da SAE Brasil, que afirma ainda que a durabilidade também varia se o carro for novo ou usado. “Em um carro zero a durabilidade média da pastilha é de 30 mil quilômetros a 40 mil quilômetros. Já a do disco é de 60 mil quilômetros a 70 mil quilômetros. Como na segunda troca todo o conjunto de freio já não está nas condições ideais, esses valores caem de 20% a 30%.”, acrescenta.


Ricardo Martins, consultor técnico da TRW, também informou os mesmos valores de durabilidade média, e acrescentou que a média das pastilhas traseiras é maior: de 60 mil quilômetros a 70 mil quilômetros. De acordo com Ricardo, esse componente dura mais naquele eixo porque a maior parte do peso durante uma frenagem, em média 70%, se concentra na dianteira.


Além da forma de o motorista dirigir, outros fatores que comprometem a durabilidade do sistema de freio são, por exemplo, se o veículo roda numa região montanhosa (em que o motorista usa o freio em período prolongado); se o carro é mais utulizado na cidade (que exige constantes paradas) ou em rodovia; se o veículo é usado para carregar carga e até mesmo o tipo de câmbio, já que o automático provoca um ligeiro desgaste devido à própria carga do motor, que não é interrompida completamente por não haver embreagem.


Manutenção


George conta que se as pastilhas forem trocadas na hora certa, o disco só precisa ser substituído na segunda troca. Mas se você deixar a pastilha acabar e chegar até a parte metálica, ela risca o disco. Dessa maneira, os dois são substituídos juntos. No caso de troca das pastilhas, Daniel recomenda que a superfície de contato com o disco deve estar nova. Para isso existem duas opções: ou troca-se o disco também (o que ele considera na maioria das vezes o melhor custo/benefício) ou, se ainda for possível, retifica-se o disco.


Se isso não for feito, o disco pode empenar, sofrendo desgaste irregular antes de atingir a espessura mínima. O mesmo dano também pode acontecer por um choque térmico muito forte, como quando o veículo desce um longo trecho de serra, quando o freio vai esquentar muito mais que o habitual, e depois é molhado subitamente em uma poça d’água. Segundo George é possível perceber que o disco está empenado quando o pedal do freio trepida ao ser acionado.


Outra manutenção importante é a troca do fluido de freio a cada 12 meses, já que ele absorve umidade do ar por meio do respiro do sistema. Com isso o ponto de ebulição do fluido baixa e o líquido pode ferver, formando bolhas de ar, fazendo com que o freio perca eficiência (o líquido não é compressível, mas o ar sim). Por fim, quando compra-se um veículo usado é importante fazer uma revisão em todo o sistema de freio.


Alertas de desgaste


Segundo Daniel, existem vários sistemas que indicam que a pastilha precisa ser substituída. O mais sofisticado tem um sensor na pastilha que, quando o componente atinge a espessura mínima, faz acender uma luz no painel. Noutro, uma pequena haste metálica toca o disco quando a pastilha atinge uma espessura mínima, provocando sinal sonoro. Trata-se de um ruído alto, que ocorre sempre que o motorista aciona o freio, mas não compromete a frenagem. O engenheiro recomenda verificar o sistema de freio a cada seis meses para identificar um possível problema na parte hidráulica, como um vazamento no cilindro mestre ou no servofreio.

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