Duas reportagens veiculadas na Rede Globo durante o final de semana passado, em programas diferentes, me chamaram muita atenção. Uma amiga, observadora atenta da educação para o trânsito, encaminhou-me os links para que eu observasse as matérias e emitisse a minha opinião. Decidi escrever esse texto.
A primeira foi veiculada no Caldeirão do Huck (que vem escorregando no quesito educação para o trânsito faz algum tempo) e mostra Luciano Huck, Tatá Werneck e a banda Cone Crew, passeando pelo Rio de Janeiro numa van. Até aí nenhum problema, porém nenhum dos ocupantes do veículo coloca o cinto de segurança para fazer esse passeio.
Você pode assistir ao vídeo aqui.
É um programa de entretenimento, sim , é. Mas isso não o exime da responsabilidade de influenciar o comportamento das diversas pessoas que estão assistindo a televisão. E, pior, colocando em risco as pessoas que estão sendo transportadas sem o equipamento de segurança. Para se defender, é possível que digam que o veículo estava parado, mas a mensagem passada é diferente: várias pessoas passeando pelo Rio de Janeiro, conversando e se divertindo, sem proteção.
Por outro lado, uma reportagem exibida no Fantástico, com a atriz Ísis Valverde, mostra a importância do uso do cinto de segurança no momento de um acidente. Segundo o neurocirurgião Paulo Niemayer Filho, que aparece na reportagem, o uso do cinto foi fundamental para evitar que a fratura na vértebra sofrida pela atriz, fosse mais grave. Segundo a atriz, se ela estivesse sem cinto, talvez nem estivesse ali, dando aquele depoimento.
Veja a reportagem na íntegra, clique aqui.
O Código de Trânsito Brasileiro determina, em seu art. 65, que é obrigatório o uso do cinto de segurança para condutores e passageiros em todas as vias do território nacional, mesmo em trajetos curtos. É nas cidades que ocorrem 80% dos acidentes. O fato de o trajeto ser curto não justifica o não uso do equipamento de segurança.
A função do cinto é frear o movimento que o corpo humano adquire com a desaceleração brusca do veículo após uma colisão. Sem o cinto, o ocupante do veículo pode ser levado contra o volante, painel, para-brisa, colunas e em certos tipos de colisão, o cinto também evita que o corpo seja jogado para fora do carro.
Isto quer dizer que mesmo no banco de trás, o uso do cinto, além de obrigatório, é muito importante para a segurança de todos os passageiros.
O recado para a Rede Globo é que ao invés de prestar um desserviço para a sociedade, comprometa-se a dar mais espaço a depoimentos de formadores de opinião, como o da atriz Isis Valverde, reforçando comportamentos positivos no trânsito.
A mudança não se resume a leis, as autoridades e ao governo, nós, e me incluo nisso, como mídia, temos um dever importante para com as pessoas que nos ouvem, assistem, ou leem: promover a conscientização no trânsito e a preservação da vida. Fica a dica!
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