sábado, 29 de dezembro de 2012

Trânsito brasileiro mata quase como uma guerra do Vietnã

Os conflitos no Vietnã duraram 20 anos (de 1955 a 1975). Lá, morreram 58.193 soldados americanos. O trânsito brasileiro matará 50.241 pessoas no país, apenas em 2014, levando-se em conta apenas o crescimento anual de 4% que se tem verificado nos últimos 10 anos. Ou seja, sem computar o aumento de tráfego que ocorrerá por conta da Copa do Mundo. E quanto mais tráfego, mais mortes.
Nas Copas da Alemanha (2006) e África do Sul (2010), verificou-se um aumento de aproximadamente 30% no tráfego rodoviário. Durante o Carnaval brasileiro a Polícia Rodoviária estima que o tráfego rodoviário aumenta em torno de 40%, índice que deve se repetir em 2014, no período dos jogos.

Em 2012 serão mais de 46 mil mortes, segundo cálculos feitos pelo Instituto Avante Brasil.

Em 2018 as chances de morrer no trânsito brasileiro vão superar o perigo de ter sido um soldado americano lutando no Vietnã. Era mais fácil sobreviver lá.

Segundo dados do instituto “Road Safety” da África do Sul, as obras de melhorias viárias executadas especificamente para a Copa do Mundo de 2010 causaram um aumento de 20% dos acidentes de trânsito, durante o período em que estavam sendo realizadas.

"Se extrapolarmos esta informação para a realidade brasileira e imaginarmos que, por causa dos grandes atrasos atuais nas obras de infraestrutura, a Copa do Mundo de 2014 acontecerá em um imenso canteiro de obras, podemos chegar à aterrorizante cifra de 5.148 mortes em acidentes de trânsito durante a Copa", projeta o Instituto Avante.

Entre 2001 e 2010 houve um crescimento de 40,3% no número de mortes no trânsito brasileiro, mas o número de mortes de motociclistas cresceu 250%.

Metade dos mortos tinha entre 20 e 39 anos, estavam, portanto, na fase mais produtiva.

Comparando-se o número de mortes no Brasil e nos países da União Europeia percebe-se que, enquanto na Europa tende-se a zero (caindo de pouco mais de 30 mil por ano, hoje, para 2.500 no ano 2060), no Brasil vai-se passar, no mesmo período, de 46 mil para 313 mil mortes anuais.

A Taxa Média Anual de Redução do número de mortes da União Europeia é de, aproximadamente, 5% (calculada com base nos dados de 2000 - 2009). A Taxa Média de Crescimento do número de mortes do Brasil é de 4,06% (calculada com base nos dados de 2001 - 2010).

Lei Seca só será respeitada com fiscalização rigorosa

Para especialistas ouvidos pela Agência Brasil, a Lei Seca está mais rigorosa, mas só será respeitada pelos condutores se for realmente aplicada e alcançar os infratores. As estatísticas do Natal, entretanto, demonstram que, mesmo com as mudanças em vigor desde 21 de dezembro tendo ampla divulgação, os motoristas continuam sendo autuados e tendo o veículo apreendido.

O especialista em trânsito Luís Miura disse que o comportamento dos condutores que continuam infringindo a Lei Seca é uma questão cultural. "O brasileiro é mal acostumado a cumprir leis. Enquanto não houver uma fiscalização rigorosa, uma pressão forte, continuaremos com problema nesse sentido", explica.

O pesquisador de trânsito da Universidade de Brasília (UnB) e especialista em políticas públicas de transportes, Artur Morais, disse que o brasileiro vai começar a respeitar a lei a partir do momento em que ela cumprir o objetivo proposto.

"Não é o aumento do valor que vai fazer a pessoa cumprir a lei, é a fidelidade da pena. Quando o cidadão tiver a certeza de que ela será aplicada igualmente a todos e com o rigor que cada um merece, vai começar a respeitá-la".

Desde a entrada em vigor das mudanças na Lei Seca, a fiscalização tem se intensificado no país. Durante o feriado de Natal, 25.082 condutores fizeram o teste do bafômetro nas rodovias federais. Desses, 855 foram reprovados e pagarão multa de R$ 1.915,40. Do total de motoristas reprovados, 393 foram presos em flagrante por crime de trânsito.

No Distrito Federal, de 22 a 25 de dezembro, o Departamento de Trânsito (Detran) do Distrito Federal flagrou 27 condutores sob o efeito de álcool e 12 conduzindo sem a Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Durante a fiscalização, foram registradas mais de 50 notificações diversas, enquanto 32 veículos foram apreendidos.

No Rio de Janeiro, de 22 de dezembro até hoje (27), 8.701 motoristas foram abordados. Desse total, 1.418 foram multados, 171 veículos foram apreendidos e 453 motoristas tiveram a CNH recolhida. Os agentes fizeram 7.662 testes do bafômetro, com 25 condutores sofrendo sanções administrativas e 7, criminais.

Em São Paulo, no mesmo período, 1.231 motoristas foram submetidos ao teste do bafômetro e apenas dois se recusaram a fazer. Entre os motoristas fiscalizados, 84 foram autuados, tendo a CNH e o veículo apreendidos, e dez foram presos em flagrante.

Motorista aparentemente bêbado causa acidente e é preso, diz PM-AM

Acidente avenida Noel Nutels, em Manaus (Foto: Adneison Severiano G1/AM)
Homem detido não possuía carteira de habilitação, segundo policiais.Acidente ocorreu na Zona Norte de Manaus entre dois carros e uma moto.
Depois de colidir com uma motocicleta e outro veículo em trecho da avenida Noel Nutels, no bairro Cidade Nova, um motorista sem carteira de habilitação foi preso pela Polícia Militar por desacato na manhã deste sábado (29). O homem, com sinais de embriaguez, acusou os policiais, que atenderam a ocorrência, de ter furtado objetos pessoais. Segundo o cabo da PM Jair Souza, da 6ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom), a colisão ocorreu às 7h40. Com base nos depoimentos dos condutores da motocicleta e do veículo Siena atingidos no acidente, a polícia disse que o motorista do carro modelo Palio avançou o sinal vermelho do cruzamento, situado em frente da agência do Banco Santander, colidindo com veículos que trafegavam pelo trecho. A perícia da Polícia Civil do Amazonas também esteve no local para colher informações do acidente. "Apenas o motociclista sofreu danos físicos com impacto da colisão nas partes íntimas, o restante foram danos materiais", informou o cabo. Aparentemente bêbado, o condutor do Palio, ao ser abordado, acusou os policiais de furtar pertences que estariam no veículo. "Além do desacato às autoridades, o motorista não tem Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Agora ele foi detido e será encaminhado para o 6º Distrito Integrado de Polícia (DIP), onde serão feitos os procedimentos", explicou o cabo Jair de Souza. Para ler mais notícias do G1 Amazonas, clique em g1.globo.com/amazonas. Siga também o G1 Amazonas no Twitter e por RSS
Acidente avenida Noel Nutels, em Manaus (Foto: Adneison Severiano G1/AM)

Dilma sanciona nova lei seca que endurece fiscaliza?


Sem vetos, a presidente Dilma Rousseff sancionou nesta quinta-feira (20) mudanças na chamada lei seca, endurecendo a fiscalização da embriaguez ao volante. As mudanças serão publicadas na edição de amanhã do "Diário Oficial da União".

A proposta, que foi aprovada na noite de terça-feira pelo Senado, torna válidos novos meios para identificar um condutor alcoolizado, além do teste do bafômetro.

Há ainda uma alteração no Código de Trânsito Brasileiro que dobra a multa aplicada a quem for pego dirigindo embriagado: dos atuais R$ 957,70 para R$ 1.915,40, valor que pode dobrar em caso de reincidência em um período de 12 meses.

O Planalto tinha até o dia 10 de janeiro para sancionar o projeto, mas a presidente ace lerou o trâmite da lei para que as novas medidas passem a valer para as festas de fim de ano.

Entre os meios que passam a ser aceitos para comprovação da embriaguez do motorista estão o depoimento do policial, vídeos, testes clínicos e testemunhos de terceiros.

O agente de trânsito poderá ainda se valer de qualquer outro tipo de prova que puder ser admitida em tribunal.

Antes da mudança, era considerado crime dirigir sob a influência de drogas e álcool -a proporção é de 6 dg/L (decigramas por litro) de sangue-, mesmo sem oferecer risco a terceiros e o índice só pode ser medido por bafômetro ou exame de sangue.

Como ninguém é obrigado a produzir prova contra si mesmo, é comum o motorista se recusar a passar por esses
exames, ficando livre de acusações criminais.

Com a m udança no texto, o limite de 6 dg/L se torna apenas um dos meios de comprovar a embriaguez do motorista. O crime passaria a ser dirigir "com a capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou outra substância psicoativa que determine dependência".

Ao condutor será possível realizar a contraprova, ou seja, se submeter ao bafômetro ou a exames de sangue para demonstrar que não consumiu acima do limite permitido pela legislação.

Ficam mantidas a suspensão do direito de dirigir por um ano para quem beber qualquer quantidade e o recolhimento da habilitação e do veículo.

domingo, 16 de dezembro de 2012

Veja 5 acidentes, comprovadamente, causados por culpa do celular

Estimativas apontam que dirigir e usar o celular simultaneamente aumentam em 400% a chance de acidentes
Estimativas apontam que dirigir e usar o celular simultaneamente aumentam em 400% a chance de acidentes. Mesmo assim, em uma pesquisa realizada no Rio de Janeiro e em São Paulo, 84% dos motoristas admitiram que praticam a infração.

O estudo, encomendado pela Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, também apontou que 48% dos entrevistados já passou por alguma situação perigosa no trânsito devido à distração, ocasionada em 23% dos casos pelo celular.

Os dados oficiais sobre o assunto ainda são poucos no Brasil, mas o que já foi mapeado revela o tamanho do problema: anualmente cerca de 35 mil pessoas morrem no país. O número real é ainda maior, já que essa estatística não considera os óbitos ocorridos após o acidente, nos hospitais ou em casa, por exemplo.

Pensando nisso, o Ministério das Cidades desenvolveu o Mãos ao volante, um aplicativo para Android que bloqueia as chamadas para o motorista quando ele está dirigindo.

Os números não deixam dúvidas sobre o perigo de fazer usar aparelhos móveis ao volante, quer seja fazendo ligações, enviando SMS ou acessando redes sociais. Mas se nem essas informações – ou a multa de R$ 85,13 e a punição de quatro pontos na carteira de habilitação – forem convincentes, talvez esses cinco acidentes provocados por causa do celular ajudem a desenhar os contornos dessa verdadeira tragédia.

5. A americana Taylor Sauer, 18 anos, morreu em janeiro deste ano enquanto dirigia e conversava com um amigo no Facebook, usando o celular. Ela dirigia a 130Km/h quando bateu na traseira de um caminhão, na rodovia interestadual que liga Utah e Idaho, nos Estados Unidos. Numa infeliz coincidência, minutos antes do acidente, ela escreveu para o amigo: “Não posso discutir isto agora. Dirigir e falar no Facebook não é seguro! Haha.”

Mike, seu interlocutor, afirmou que não sabia que ela estava ao volante até receber a última mensagem. “Sinto como se fosse minha culpa”, disse. A investigação da polícia local mostrou que a jovem postava mensagens na rede social a cada 90 segundos. O caso veio a publico por esforço dos pais, que lutam para que o estado de Idaho, que não tem leis específicas sobre o uso de eletrônicos em automóveis, elabore uma lei que proíba tal atitude.

4. No último dia 16, outro jovem de 18 anos se envolveu em um acidente por causa do celular. Desta vez, o condutor do veículo, Daniel Ferreira dos Santos, saiu ileso. O carro capotou na PR-513, que liga Ponta Grossa ao Distrito de Itaiacoca, Paraná, logo após ele ter perdido o controle da direção por tentar pegar o aparelho, que havia caído no chão. “Tentei voltar para a estrada, mas não consegui”, contou Daniel, que não possui carteira.


3. A canadense Emy Brochu, 20 anos, trocava mensagens com o namorado quando o carro que dirigia bateu na traseira de um trator, levando a jovem à morte. No último SMS que enviou ao companheiro, Mathieu Fortin, a jovem declarava: “Eu te amo e vou tentar fazer tudo que puder para deixá-lo feliz, sr. Fort.”

Quando recebeu o texto, Mathieu enviou um SMS contando sobre uma reunião e marcando com a namorada para se falarem à noite. Depois de alguns torpedos sem resposta, ele escreveu “BB (apelido que dava à Emy) Estou um pouco preocupado aqui”. Ao saber da tragédia, ele postou no Facebook a troca de mensagens dos dois, pedindo às pessoas mais atenção no trânsito. “A ironia da última mensagem ainda quebra o meu coração em pedaços”, escreveu. O acidente aconteceu em janeiro deste ano, em Quebec, Canadá.

2. Nem sempre a vítima no trânsito é o infrator. O motorista de ônibus Jonas Santana da Silva, de 26 anos, dirigia acima da velocidade permitida e ainda falava ao celular quando provocou o acidente envolvendo o carro do empresário Alfred Schorno, de 67 anos. Ele e a funcionária Anna Camilla Nyarady, que estava no carona, morreram na hora, e dois passageiros ficaram levemente feridos.

O caso aconteceu em fevereiro, em Campo Belo, zona sul da cidade de São Paulo. O condutor avançou em alta velocidade um cruzamento que estava com sinal amarelo, passando por cima do Mitsubishi ASX, que mesmo equipada com seis air-bags não conseguiu evitar o desfecho fatal. O semáforo em questão estava quebrado, fato que responsabiliza também a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), encarregada de fiscalizar a sinalização na capital paulista. Em depoimento, porém, Jonas admitiu que sabia do problema do aparelho, uma vez que já havia feito o trajeto naquele dia. Além disso, a polícia suspeita que o tacógrafo do ônibus tenha sido violado após o acidente. Isso porque o medidor registrava 47Km/h, velocidade que não seria suficiente para causar aquele tipo de colisão. O motorista foi preso em flagrante e acusado de homicídio doloso, quando há intenção de matar ou quando o autor assume esse risco.

1. Em julho, a história se repetiu na rodovia Raposo Tavares, em Capela do Alto, região de Sorocaba (SP). O motorista de uma van falava ao celular quando o aparelho caiu e enroscou no acelerador. Com o incidente, ele se distraiu e invadiu a pista contrária, batendo de frente com um carro que transportava três pessoas. Entre elas estava Jéssica Carvalho Brisola, de 20 anos. A vitima, que foi retirada de baixo das ferragens em estado grave, chegou a ser atendida no Hospital Regional de Sorocaba (SP), mas não resistiu e morreu. Os outros dois passageiros do carro também foram levados ao hospital. Outras nove pessoas que estava na van sofreram ferimentos leves.

Novo aplicativo facilita o serviço de táxi

http://portaldotransito.com.br/editor/wp-content/uploads/2012/12/taxi.jpgPara a publicitária Mariah Regufe e a médica Angélica Ayres de Almeida, telefonar para chamar um táxi é coisa do passado. As duas aderiram ao serviço de táxi digital. Com o uso de aplicativos instalados nos smartphones e alguns cliques, elas pedem táxi e acompanham a chegada do veículo, em tempo real, no mapa que aparece em seus celulares. Os programas usam tecnologia dos próprios smartphones. O GPS, por exemplo, é utilizado para encontrar o táxi mais próximo. O tempo entre a chamada e a chegada do carro é estimado em até dez minutos.

No Rio, há alguns desses serviços disponíveis, tais como Easy Taxi, Resolve Aí, Taxibeat e Táxi Aqui. E o número de sistemas deve crescer. O presidente de operações do Safer Taxi no Brasil, Andre Pflug, que opera desde março em São Paulo, funcionando em 17 cidades paulistas, promete que a plataforma chegará ao Rio no mês que vem:

- Um diferencial de nosso serviço é que o usuário tem wi-fi gratuito dentro do táxi.

Após baixar os aplicativos (para iOS e Android), os usuários devem se cadastrar. A comodidade é gratuita para passageiros, e as taxas cobradas dos taxistas variam.

Os serviços têm diferenças. O Taxibeat, por exemplo, pede aos passageiros que avaliem os motoristas, conferindo de uma a cinco estrelas. A empresa está no Rio desde junho, e chegou a São Paulo em outubro.

- Temos 1.500 taxistas. Eles têm de apresentar toda a documentação da prefeitura - diz Sandro Barreto, gerente de marketing do Taxibeat.

Moradora de Copacabana, Mariah é uma dos 30 mil usuárido Taxibeat:

- Os passageiros, quando pedem o táxi, visualizam no celular os carros que estão mais perto. A maioria tem foto do motorista. Também se vê a avaliação dos taxistas. Após escolher o táxi, o usuário clica e o taxista aceita ou não a corrida. Algo que considero bom é que não informamos pelo celular para onde vamos.

aplicativo bilíngue

Angélica , que mora em Ipanema, há dois meses optou pelo Easy Taxi, que é bilíngue e também não pede que o usuário indique o destino.

- Escrevo o endereço e um ponto de referência. É muito melhor usar o serviço do que telefonar para cooperativas. Tenho falado sobre isso com amigos - afirma Angélica.

Ao ser acionado pelo passageiro, o Easy Taxi busca, por satélite, o veículo mais próximo num raio de três quilômetros. Se o taxista aceitar a corrida, o usuário é informado, para confirmar o pedido. O aplicativo foi lançado em abril no Rio. Hoje, tem mil motoristas e cem mil usuários cadastrados no Rio e em São Paulo.

- Faço de dez a 12 corridas diárias pelo Easy Taxi, fora os passageiros fixos e que pego na rua. Dificilmente fico com o carro vazio - conta Alexandre Bottino, primeiro taxista a se cadastrar no Easy Taxi.

O Resolve Aí opera em 24 cidades. Ao fazer a solicitação, o passageiro deve informar o destino. Há cem mil usuários cadastrados no Brasil. A plataforma só trabalha com cooperativas: são 70 no país, com 12 mil taxistas (sendo 25, com 3.500 taxistas, no Rio).

- Optamos por cooperativas para termos taxistas mais qualificados - explica Gabriel Silva, sócio da Resolve Aí.

Mudanças em punições para motoristas poderão ser votadas hoje

Três projetos de lei em pauta na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) endurecem a punição para motoristas envolvidos em infrações de trânsito. A comissão iniciou sua reunião desta quarta-feira (12).

A tolerância zero para associação entre álcool e direção é proposta em substitutivo do senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) ao PLC 27/2012, que altera o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) para tornar crime a condução de veículo sob efeito de qualquer concentração de álcool ou droga.

Caracterizado esse excesso, o motorista poderá responder a pena mínima de detenção de seis meses a três anos, ampliada para um a quatro anos de cadeia se o acidente resultar em lesão corporal; três a oito anos, se a lesão corporal for grave; e quatro a 12 anos, se resultar em morte.

Outra proposta de mudança no Código de Trânsito aumenta significativamente a pena privativa de liberdade para a prática de homicídio culposo na direção de veículo. A punição passaria de dois a quatro anos de detenção para três a seis anos de reclusão. A alteração está contida no PLS 38/2012, de iniciativa do presidente do Senado, José Sarney, e conta com o apoio do relator, senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA).

Por fim, o PLS 346/2012, apresentado pelo senador Jorge Viana (PT-AC), modifica o Código de Trânsito para elevar de média para grave a infração cometida pelo motorista que transitar pela faixa da direita, regulamentada como de circulação exclusiva para determinado tipo de veículo. A proposta também caracteriza como infração grave o ato de transitar com motocicleta fora da faixa ou pista exclusiva - se houver - reservada para este tipo de veículo. O relator, senador Marco Antônio Costa (PSD-TO), apresentou voto pela aprovação.

Acidentes são principal causa de morte entre crianças; veja cuidados


Os casos registrados nas últimas duas semanas, de três crianças que morreram afogadas em piscinas e do bebê que morreu ao engasgar após beber leite em uma creche, fazem lembrar os cuidados que devem ser tomados para evitar este tipo de acidente.

No Brasil, 37% das mortes de crianças é motivada por causas externas, o jargão médico para acidentes como afogamento, intoxicação e quedas, entre outros, segundo números do SUS (Sistema Único de Saúde). Os dados fazem desse grupo a principal causa de morte entre jovens de 1 a 14 anos.

Em 2010, ano das estatísticas mais atuais segundo a secretaria municipal da Saúde de São Paulo, que divulgou os números, ocorreram 16.888 mortes nesta faixa etária no Brasil, das quais 6.274 (37,1%) decorrentes de causas externas. Para a cirurgiã pediatra Denise Estefan Ventura, médica do GRAU (Grupo de Resgate e Atendimento às Urgências) de São Paulo, na maioria dos casos os acidentes podem ser evitados com cuidado e prevenção. "As crianças são mais suscetíveis aos acidentes domésticos, mas a maioria dessas mortes poderia ser evitada. Isso que é lamentável", afirma Denise.

Em 26 de novembro, Bernardo Giacomini Gonçalves, 3, morreu enquanto participava de uma aula de natação na escola onde estudava, em Moema, zona Sul de São Paulo. Na última segunda-feira (10), os gêmeos Lucas Henrique Carvalho Leme e Pedro Henrique Carvalho Leme foram encontrados afogados na piscina do apartamento onde moravam com os pais, em Taboão da Serra (Grande São Paulo).

Já nesta terça-feira (11), o bebê de cinco meses Rafael Azevedo Gonzaga de Matos Guilharmati morreu supostamente após se engasgar ao tomar leite numa creche no bairro Campos Elíseos, centro de São Paulo.

Números do SUS divulgados pela Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo mostram as principais causas de morte na infância. Em primeiro lugar aparecem os acidentes de trânsito (29%), seguidos pelos afogamentos (18%). Em seguida vêm asfixia/sufocação (3%), queda (3%), exposição à fumaça/fogo (2%), choque elétrico (2%), envenenamento por animais e plantas (0,6%), envenenamento por substâncias nocivas (0,4%) e queimaduras (0,2%).

A secretaria deixa disponível em seu site na internet um guia com os principais cuidados que devem ser tomados para evitar acidentes domésticos com crianças e adolescentes. Abaixo, você conhece as principais dicas, com base nas recomendações da secretaria e da médica Denise Ventura. Em caso de emergência, o número a chamar é o 193, para os Bombeiros, ou o 192, para o Samu.

Acidentes de trânsito

- Crianças menores de 10 anos não devem atravessar a rua sem a companhia de um adulto.

- No carro, sempre usar o cinto de segurança ou a cadeirinha infantil, mesmo em trajetos pequenos.

- Apenas crianças maiores de dez anos podem ir no banco do carona dos carros.

Afogamentos

- Não deixar crianças desacompanhadas brincarem na água, seja em piscinas, rios, represas ou no mar.

- Cercar, e deixar trancado, o acesso a piscinas e tanques de água em residências.

- Na água, crianças devem brincar nos locais mais rasos, com o nível da água menor que sua altura.

- Em caso de afogamento, dê sempre preferência a chamar um salva vidas ou bombeiro. Pessoas não treinadas podem terminar também se afogando ao tentar salvar terceiros.

- Após retirar o afogado da água, caso ele esteja consciente, deite-o de lado, com a boca aberta para facilitar a expulsão da água. Caso a pessoa esteja inconsciente, e não haja um profissional de saúde ou resgate próximo, inicie o procedimento de massagem cardíaca.

Asfixia/sufocação

- Após alimentar bebês de até um ano de idade é importante deixá-los sentados em posição ereta, ou de pé, para evitar engasgos.

- Objetos pequenos, como caroços de feijão e brinquedos com pequenas peças, devem ser deixados fora do alcance das crianças.

- Em caso de sufocamento, caso o objeto esteja visível na garganta, é possível tentar tirá-lo com os dedos. Outra manobra possível é abraçar a pessoa por trás e, de uma só vez e com certa força, comprimir a barriga da pessoa, numa tentativa de expelir o objeto. Nesses casos, sempre se deve chamar antes o socorro antes de tentar as manobras.

Envenenamento/intoxicação

- Não deixar produtos de limpeza ao acesso de crianças. Sempre coloca-los em locais altos e, se possível, com tranca.

- Remédios também devem ser guardados em locais trancados.

- Não usar garrafas de refrigerante para armazenar materiais de limpeza. As garrafas, geralmente coloridas, atraem a atenção das crianças e podem confundi-las quanto ao conteúdo.

- Em caso de ingestão, não beber água ou outro líquido e nem provocar vômito. Estas medidas podem agravar o quadro.

CCJ endurece punição para motorista alcoolizado

Em vez de tolerância zero para associação entre álcool e direção, a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) aprovou, nesta quarta-feira (12), uma punição mais branda para o motorista que dirigir embriagado. O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) deverá ser alterado para aumentar a multa pela infração administrativa de dirigir sob efeito de bebida alcoólica, com apreensão da carteira de habilitação. A multa será aplicada em dobro em caso de reincidência. A matéria segue para o Plenário do Senado para votação em regime de urgência.
As duas medidas constam de projeto de lei da Câmara (PLC 27/2012) aprovado sem mudanças pela CCJ. A comissão seguiu o voto do relator ad hoc da proposta, senador Eduardo Braga (PMDB-AM), que considerou a solução encontrada para desestimular o uso de álcool ao volante "a possível neste momento".

- Não podemos desprezar os meses que estão por vir. Como é largamente sabido, o número de acidentes de trânsito devido ao consumo abusivo de álcool aumenta significativamente no final do ano. Estamos diante de uma oportunidade de darmos um tratamento mais efetivo à questão e temos de aproveitá-la - argumentou Braga ao defender o parecer.



Substitutivo

De acordo com o presidente da CCJ, senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), entendimento prévio com o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) - relator original do PLC 27/2012 - permitiu que ele abrisse mão do substitutivo que previa tolerância zero para a condução de veículo sob qualquer concentração alcoólica.

Sobre essa questão, Eduardo Braga lembrou que a adoção de maior rigor na punição de motoristas alcoolizados já constava do PLS 48/2011, apresentado por Ferraço e que acabou sendo rejeitado e arquivado pela Câmara dos Deputados.

- O que faremos diante desse impasse? Insistiremos numa posição polêmica, não consensual? Ou transformaremos logo em lei uma medida razoável, efetivando desde já mecanismos concretos para o combate aos acidentes de trânsito? - indagou Eduardo Braga, conquistando o apoio da Comissão de Justiça à manutenção do texto do PLC 27/2012.

Outras mudanças

A proposta da Câmara avança ainda, segundo destacou o relator ad hoc, ao admitir outros meios de prova além do bafômetro, como foto e vídeo, para comprovar o uso de álcool pelo motorista. Esses recursos deverão ser utilizados para caracterizar o crime de direção do veículo por condutor embriagado.

Dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF) revelam o registro de 192.188 acidentes, com 8.661 mortes, em 2011. Desse total, 7.551 (3,93%) acidentes e 345 (2,98%) mortes estavam associados à ingestão de álcool.

A expectativa é de que a presidente Dilma Rousseff sancione a proposta ainda este ano, conforme adiantaram Eunício e Braga.

Não podemos mais perder vidas no trânsito, diz ministro da Justiça

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse nesta quinta-feira (13) que é inaceitável que a imprudência e irresponsabilidade de motoristas continuem tirando vidas. Cardozo participou do lançamento da Operação Integrada Parada-Rodovia para intensificar a fiscalização e reduzir o número de acidentes de trânsito nos feriados de Natal, Ano Novo e Carnaval.

— Precisamos fazer com que as pessoas percebam o risco que correm e o risco que criam ao não respeitar as regras. Não é possível mais perdermos tantas vidas e destruirmos tantas famílias com gestos de irresponsabilidade.

Cardozo fez um apelo para que autoridades e a sociedade se unam para reduzir acidentes no fim deste ano e início de 2013. Dezembro, janeiro e fevereiro são meses que registram os maiores índices de ocorrências.

Em 2010, entre janeiro e novembro, a média mensal de acidentes que envolviam motoristas embriagados foi de 557. Em dezembro do mesmo ano, houve um aumento de 21,9% no número de acidentes, atingindo 679 ocorrências.

Operação Integrada
O governo federal lançou nesta quinta-feira (13) a Operação Integrada Parada-Rodovia 2012/2013 para reduzir o número de acidentes nos feriados de fim de ano e Carnaval. A operação faz parte do Parada - Um pacto pela Vida, plano lançado este ano em resposta ao acordo brasileiro com a ONU (Organização das Nações Unidas) de reduzir em 50% o número de mortes no trânsito até 2020.

O plano será focado na redução da velocidade e imprudência no trânsito. Agentes de trânsito vão intensificar a fiscalização no período de 15 de dezembro de 2012 a 13 de fevereiro de 2013.

A fiscalização da Lei Seca será reforçada e um milhão de bafômetros educativos foram entregues à AND (Associação Nacional dos Detrans) para serem distribuídos em todo o Brasil.

As campanhas educativas terão o slogan "Já é hora de abandonar esta tradição de fim de ano", em referência ao período em que são registrados a maioria dos acidentes de trânsito relacionados à mistura de álcool e direção.

No último ano, entre dezembro de 2011 e março de 2012, quando o governo fez a primeira Operação Rodovia, os números de acidentes, feridos e mortos foram reduzidos. Foram registrados 616 acidentes por milhão de veículos da frota nacional, com 358 feridos e 28 mortos.

No mesmo período em 2010/2011 foram 722 acidentes por milhão de veículos da frota nacional, com 422 feridos e 33 mortes. 

Blitzes
Para aumentar a eficácia das blitzes, a PRF (Polícia Rodoviária Federal) selecionou aproximadamente 100 pontos críticos em rodovias federais, estaduais e municipais. Estes pontos mapeados têm dez quilômetros cada e correspondem a 1,4% da malha federal. No entanto, são responsáveis por 27,6% dos acidentes e 11% das mortes registrados entre janeiro e setembro deste ano.

Um em cada três pedestres se distrai com o celular ao atravessar a rua

Um em cada três pedestres se distrai na hora de atravessar a rua, inclusive cruzamentos movimentados e perigosos, porque está entretido com seus celulares. Foi o que indicou um estudo da Universidade de Washington, nos Estados Unidos. Para os autores, falar ao telefone e trocar mensagens, entre outras atividades, faz com que um indivíduo se arrisque ao ignorar os semáforos, atravessar em lugar errado ou não olhar para os dois lados da via.

Resultado: 30% dos pedestres atravessam a rua distraídos com o celular. Aqueles que o fazem ao mesmo tempo em que mandam mensagem são quatro vezes mais propensos a não seguir medidas de segurança para atravessar a rua (olhar para os dois lados, atravessar na faixa de pedestre, obedecer os semáforos), além de demorarem mais para fazer o trajeto.

Para chegar a essas conclusões, os pesquisadores passaram três meses analisando o comportamento de pedestres em 20 cruzamentos movimentados na cidade de Seattle, nos Estados Unidos. Ao todo, 1.102 pessoas de 25 a 44 anos foram observadas, sendo que a maioria (80%) estava sozinha quando atravessou a rua. Apenas um em cada quatro pedestres obedeceu todas as medidas de segurança na hora de atravessar — ou seja, obedecer aos semáforos, atravessar na faixa de pedestres e olhar para os dois lados.

Cerca de 30% das pessoas analisadas estavam mexendo no celular quando atravessaram a rua — sendo que 10% estavam ouvindo música; 7%, mandando mensagem de texto; 6% falando ao telefone; e o restante, realizando outra atividade. De maneira geral, aquelas que estavam distraídas com os celulares levaram mais tempo para atravessar a rua (até 1,3 segundo a mais).

Torpedos - Os pesquisadores concluíram que mandar mensagem de texto é a atividade mais arriscada de se fazer na hora de atravessar a rua. Pessoas que faziam isso foram as que demoraram mais tempo (18% a mais do que a média) para fazer a travessia e foram até quatro vezes mais propensas a ignorar os semáforos, atravessar em lugar errado ou deixar de olhar para os dois lados da via.

A partir dessas conclusões, publicadas nesta quarta-feira no periódico Injury Prevention, do grupo British Medical Journal (BMJ), os pesquisadores sugeriram que, assim como acontece com o álcool ao volante, sejam consideradas medidas que controlem o uso dos aparelhos móveis para pedestres.

Nova lei seca prevê fiscalização também para uso de remédio


A nova proposta abre a possibilidade de que o Contran regulamente testes para verificar quando o motorista está sob efeito de qualquer “substância psicoativa

  A mudança na lei seca planejada pelo Congresso vai atingir também quem dirigir sob o efeito de qualquer outra substância que possa provocar alteração na capacidade psicomotora - ou seja, até remédios. A proposta abre a possibilidade de que o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) regulamente testes para verificar quando o motorista está sob efeito de qualquer “substância psicoativa”.

Hoje, o Código de Trânsito prevê a proibição de dirigir sob efeito de qualquer dessas substâncias, mas não trata da fiscalização. Autor do projeto original, o deputado Hugo Leal (PSC-RJ) destacou na justificativa que até mesmo pessoas que tomam medicamentos podem ser enquadradas, se isso alterar sua capacidade de dirigir. Ele destacou que o objetivo não é só atacar o álcool, mas qualquer produto que interfira negativamente na capacidade do motorista.

Nesse trecho, a lei seca será alterada para deixar claro que o objetivo é combater o que leva o condutor a ter “capacidade psicomotora alterada”. “Desde o início da lei seca, o artigo não fala só em álcool. Com a possibilidade de ampliação da prova, poderemos enquadrar outras substâncias psicoativas. Pode ser droga lícita, mas, se causa desestabilização, como um medicamento psiquiátrico, a pessoa poderá ser enquadrada.”

Apesar da ampliação, técnicos do governo ouvidos nos últimos meses ressaltam que o objetivo da mudança é combater principalmente quem dirige sob efeito de drogas ilícitas. O texto final do projeto, costurado ainda na Câmara, teve a participação dos ministros José Eduardo Cardozo (Justiça) e Aguinaldo Ribeiro (cidades). Apesar de aceitar pontos polêmicos, como o enquadramento por remédios, o governo optou por não aceitar a chamada “tolerância zero”.

Sistema biométrico chega às aulas práticas para carteira de moto

A cada dia, mais motos são emplacadas no Brasil e mais motociclistas se acidentam. Eles trafegam entre os carros e, além de correr e representar riscos no trânsito, incham os gastos públicos a cada vez que são atendidos nos hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS). Para evitar o que o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, já chamou de “epidemia” no país, um cerco aos futuros condutores está sendo formado. No estado, o Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MG) começa a implantar em fevereiro o sistema biométrico para certificar que os candidatos à carteira A estão frequentando as aulas e evitar fraudes. O Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), antes mesmo de implantar o simulador de direção veicular (SDV) para automóveis, já faz estudos para que ele seja obrigatório para motos, em 2014. Levantamento publicado em junho pelo Ministério da Saúde mostra que o governo gastou R$ 96 milhões em 2011 com internações dos motociclistas, mais que o dobro de 2008, quando foram dispensados R$ 45 milhões.

Em Minas, segundo o delegado Anderson França, chefe da Divisão de Habilitação do Detran, um projeto-piloto do sistema biométrico para aula prática de moto, em que o candidato é obrigado a registrar a digital na entrada e saída de cada aula, será implantado em todos os centros de formação de condutores em fevereiro. Até julho, a ideia é expandir para todo o estado. Como as aulas de direção dos motociclistas são feitas geralmente em pistas alugadas pelas autoescolas, o Detran precisou desenvolver um sistema móvel, diferente do aplicado nas aulas práticas de carro, em que o registro é feito no próprio centro de formação. A unidade, controlada por GPRS, faz a coleta e envia os dados para o órgão. A medida, em funcionamento desde 2010 para carteira B e aulas de legislação para todas as categorias, serve para evitar fraudes na retirada de carteiras de motoristas e aumentar a segurança no processo de habilitação, de acordo com França.
O presidente do Sindicato dos Proprietários de Centros de Formação de Condutores de Minas Gerais, Rodrigo Fabiano da Silva, a medida é importante para obrigar o candidato a fazer a carga horária mínima. “Hoje não há controle. A exigência fez diferença nos cursos teóricos, nas aulas práticas para carteira B e prepara melhor o condutor”, afirma. Ele cobra ainda o sistema chegue aos processos para habilitações D e E. O levantamento feito pelo Ministério da Saúde ainda mostra que em Minas o gasto com as internações também cresceu: passou de R$ 6,8 milhões em 2008 para R$ 14,3 milhões no ano passado. As internações saltaram de 4.466 para 8.169 no mesmo período.

O auxiliar de eletricista Fernando Henrique de Oliveira, de 20 anos, encara o trânsito de Belo Horizonte em cima de uma moto há três anos e faz parte das estatísticas do ministério. Ele conta que já caiu, foi “atropelado” por um veículo e correu muitos perigos que nem imaginava quando fazia as aulas práticas em um circuito fechado, como prevê a legislação atual. “Na pista, as aulas são muito simples e só dão noção de equilíbrio e algumas regras de situação. Mas trafegamos apenas em primeira marcha e não dividimos espaço com outros veículos, o que é mais complicado”, diz.

Simulador

Como as aulas de direção dos motociclistas são feitas em pista fechada, o Denatran estuda implantar até 2014 o Simulador de Direção Veicular para os candidatos na intenção de que eles se deparem, pelo menos por videogame, com as situações e problemas do trânsito. Para carteira B, as autoescolas do país estão obrigadas a comprar e instalar os aparelhos até o fim de junho. “O processo do simulador para a carteira A já está sendo desenvolvido pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), mas não é rápido, mas provavelmente em 2014 já será obrigatório. Posteriormente será o de caminhão”, afirma a coordenadora geral de Qualificação do Fator Humano no Trânsito do Denatran, Maria Cristina Hoffmann.

Segundo Maria Cristina, a maior parte dos acidentes no Brasil está associado à imprudência ao volante, imperícia do condutor e falta de competência para a direção. O simulador vai aumentar a carga horária dos cursos e, na carteira B, está definido que ele será obrigatório por cinco aulas de 30 minutos após o estudo de legislação e antes da prova, ou seja, antecedendo as aulas práticas. Ele oferece situações como congestionamentos, noite, estradas, curvas, entre outras.

Portaria esbarra em custos extras

O simulador de direção veicular (SDV) para quem tenta a carteira B deve ser implantado nas autoescolas de todo o país até 30 de junho de 2013, como determina portaria do Denatran, de outubro. O problema é que os aparelhos custam em torno de R$ 35 mil, e as empresas fornecedoras ainda estão em processo de homologação. Em Minas, o presidente do Sindicato dos Proprietários de Centros de Formação de Condutores, Rodrigo Fabiano da Silva, e o delegado do Detran Anderson França alertam os donos de autoescolas a não comprar ainda o equipamento. Os órgãos estão tentando medidas para diminuir os custos, compartilhando ou arrendando os aparelhos.

Segundo Rodrigo, são dois fabricantes no país para fornecer a todas as autoescolas. Ele espera que o Detran ainda publique uma portaria definindo quais medidas os centros de formação mineiros deverão seguir. Anderson França adiantou que o documento deverá ser divulgado em janeiro. O Denatran exige que o simulador seja colocado em uma sala fechada, com sistema de áudio que não atrapalhe outras aulas que estejam ocorrendo na autoescola e que o período de uso seja gravado, para fiscalização do Detran. O aluno deverá usar o sistema biométrico para usar o simulador.

“Acreditamos que o prazo será prorrogado, mas não podemos contar com isso. Por enquanto, estamos pedindo aos nossos associados para não adquirir equipamento algum antes que haja a homologação”, afirma Rodrigo Fabiano. O incremento, segundo ele, ainda vai gerar um aumento nas taxas para quem vai tirar carteira por causa do investimento dos CFCs. “Mesmo assim, somos favoráveis a tudo que vem para melhorar a formação do futuro condutor. Em três anos vamos ver se valeu a pena, é tempo suficiente para avaliar quem entrou no trânsito sendo antes submetido ao simulador”, diz.

Números

7.007 pessoas foram atendidas no HPS João XXIII em 2011 por acidentes com motos

6.607 motociclistas foram internadas no João XXIII até novembro deste ano

187.057 motocicletas estavam emplacadas em Minas Gerais até setembro deste ano, segundo o Denatran

28 motos, em média, entraram no trânsito do estado todos os dias de janeiro a setembro

Ministro da Justiça lança ‘Campanha Nacional Rodovida’

Objetivo é intensificar fiscalização em estradas durante festas de fim de ano. Para José Cardozo, meta principal é combater a embriaguez ao volante

http://portaldotransito.com.br/editor/wp-content/uploads/2012/12/rodovia-federal_web1.jpg O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, lançou, em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, a Campanha Nacional Rodovida, cujo objetivo é intensificar as fiscalizações nas estradas durante as festas de dim de ano até o carnaval. Na tarde deste sábado (15), no posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF), uma blitz tinha o propósito de esclarecer motoristas e dar dicas sobre segurança no trânsito.

Cardozo ajudou a divulgar as medidas redução de acidentes na BR-381. A fiscalização vai se intensificada nos 100 trechos mais perigosos das rodovias do país, que respondem por 11% das mortes no trânsito. A meta é combater, sobretudo, a embriaguez ao volante.

Em 2011, mais de 27 mil motoristas foram flagrados dirigindo bêbados nas estradas federais brasileiras. “Temos muitos jovens, muitas famílias que são destruídas por acidentes. Portanto é hora de nós estarmos conscientizando a sociedade, lutando para que as pessoas não bebam e dirijam, para que as pessoas andem na velocidade adequada, para que não façam ultrapassagens em lugares proibidos”, disse o ministro.

“Mais de 90% dos nossos acidentes são causados por falha humana, pela negligência, pela imprudência ou pela imperícia. Dirigir e beber, mais do que uma conduta irresponsável, é um crime. E o motorista tem que entender isso, antes que ele leve a culpa de ter matado uma família, uma culpa de ter perdido um ente querido, envolvendo-se em um acidente no trânsito”, disse Fabiano Moreno, assessor da PRF.

De janeiro a setembro de 2012, somente na BR-381, entre Contagem e Betim, foram 863 acidentes com 12 mortos. Outro ponto de risco da rodovia está entre os quilômetros 490 e 500, onde aconteceram 789 acidentes com 13 vítimas.

94% dos motoristas se negam a realizar o teste



Senado debate mudança que inclui, como prova no âmbito da Lei Seca, o testemunho e a utilização de vídeos

A Lei Seca está em vigor desde 2008 para reduzir o expressivo número de acidentes de trânsito, principalmente nas estradas. Porém, brechas na lei ainda permitem que os condutores se neguem a fazer o teste do bafômetro. Segundo dados da Polícia Rodoviária Estadual do Ceará (PRE), somente neste ano, 5.201 motoristas foram enquadrados na Lei Seca nas estradas estaduais. No entanto, ocorreram apenas 267 flagrantes. Os demais 4.934, ou seja 94% deste total, optaram por não soprar o equipamento e cumpriram medidas administrativas.

Para evitar que muitos aproveitem a brecha e sigam conduzindo alcoolizados nas estradas, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou, na última quarta-feira, projeto de lei que inclui, como prova no âmbito da Lei Seca, o testemunho e a utilização de vídeos. Atualmente, só o bafômetro, o exame de sangue e o teste clínico são considerados provas de que o motorista estava dirigindo após consumir bebida alcoólica.

Multa dobrada

A proposta também dobra a multa para quem for pego dirigindo embriagado: o valor passa de R$ 957,69 para R$ 1.915,38. Em caso de reincidência, após doze meses, a multa é multiplicada por dois. A matéria ainda terá que ser votada pelo plenário do Senado para poder ser validada e cumprida.

Contudo, segundo o comandante da PRE, coronel Túlio Studart, ainda não é certeza que a nova regra vigore nas estradas do Brasil neste ano. Tudo dependerá da celeridade do Senado e da vontade política. Ele explica que se aprovadas as mudanças, certamente, devem gerar benefícios, já que atualmente a Constituição Federal permite que o condutor não se autoincrimine, ou seja, não possa gerar provas contra ele mesmo.

"Exercer a cidadania não é só exercer os direitos, mas os deveres também. Hoje, o cidadão mesmo apresentando sintomas de embriaguez pode optar por não utilizar o bafômetro. As novas regras devem mudar esse cenário e reduzir mais os acidentes e as vítimas do trânsito. A brecha da lei vai diminuir", ressalta Túlio Studart. Os números de acidentes nas estradas estaduais do Ceará dão uma ideia da gravidade do problema e, no mês dezembro, com a aproximação do Natal e o Réveillon, o cenário piora. Para se ter uma ideia, segundo dados da PRE, em dezembro do ano passado, foram registrados 101 acidentes de motocicletas, com 31 vítimas fatais e 105 feridos. Já em igual período de 2010, foram 91 acidentes com moto,11 vítimas fatais e 103 feridos. O que resultou em um aumento de 10% de acidentes com moto nas CEs.

O número de mortos em acidentes com veículos em geral também vem aumentando significativamente nesta época do ano. Em dezembro de 2010, o total de vítimas nas rodovias estaduais foi de, já em 2011 esse número aumentou para 53, um crescimento de 112% em relação ao ano anterior.

Segundo Túlio Studart, a operação para o Natal e Réveillon ainda está sendo organizada. Mas, ele adiantou que o efetivo nas estradas vai ultrapassar 400 policiais, 30 viaturas e 55 motos. Para a fiscalização da Lei Seca estarão disponíveis para os policiais rodoviários estaduais 88 bafômetros. "Nesse período aumenta muito o número de acidentes nas estradas e mais de 90% deles são causados por falha humana. Espero que os condutores sejam mais conscientes e evitem dirigir alcoolizados".

Novas resoluções CONTRAN nº 425 e 429

 ATENÇÃO:

A Resolução nº 425 trata sobre o exame de aptidão física e mental, a avaliação psicológica e o credenciamento das entidades públicas e privadas de que tratam o art. 147, I e §§ 1º a 4º e o art. 148 do Código de Trânsito Brasileiro, revogando as Resoluções CONTRAN nº 267/2008, nº 283/2008 e nº 327/09
Já a Resolução 426 trata sobre o sistema de travamento do capuz e rodas dos veículos automotores, e seus elementos de fixação e enfeites, revogando as Resoluções nº 461/72 e nº 636/84.
A de nº 427 estabelece condições para fiscalização pelas autoridades de trânsito, em vias públicas, das emissões de gases de escapamento de veículos automotores de que trata o artigo 231, inciso III do CTB. Entra em vigor a partir do dia 07.06.2013, quando será revogada a Resolução CONTRAN nº 510/1977.
A Resolução nº 428 altera o prazo estipulado no art. 3º da Resolução nº 371, de 10 de dezembro de 2010-CONTRAN, com alteração dada pela Resolução nº 401, de 15 de março de 2012, que aprova o Manual Brasileiro de Fiscalização de Trânsito – Volume I – Infrações de competência municipal, incluindo as concorrentes dos órgãos e entidades estaduais de trânsito e rodoviários.
E por último, a Resolução nº 429 estabelece critérios para o registro de tratores destinados a puxar ou arrastar maquinaria de qualquer natureza ou a executar trabalhos agrícolas e de construção, de pavimentação ou guindastes (máquinas de elevação) Em vigor a partir de 1º de Janeiro de 2013, quando será revogada a Resolução CONTRAN nº 281/08.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Revisão no carro é fundamental antes de pegar estrada


Com a proximidade das férias de final de ano, muitas pessoas aguardam ansiosas o momento de pegar a estrada e aproveitar a época de festas, mas para evitar tragédias no trânsito é necessária a revisão do veículo antes de viajar.

Numa revisão veicular itens como, freios, amortecedores, faróis, extintor, estepe, macaco, entre outros, são verificados para se ter a certeza de que estão perfeitas condições de uso.

De acordo com Douglas Fialho, proprietário de um auto center em Cuiabá, muitas pessoas não fazem a revisão antes de viajar por não notarem nenhum problema no carro. “Em muitos casos não se percebe um problema de freio, por exemplo, de imediato, mas depois de pegar a estrada e percorrer uma certa distância os problemas podem aparecer e tomar uma dimensão muito maior, ocasionando inclusive um acidente”, enfatiza.
 
Além do aspecto da segurança, uma boa revisão no carro antes de viajar pode evitar prejuízos, já que de acordo com o Código de Trânsito Brasileiro ‘conduzir o veículo sem equipamento obrigatório ou estando este ineficiente ou inoperante’ constitui infração grave passível de multa e retenção do veículo.

Saiba como remover adesivos do carro sem deixar marcas



 
Muitos donos de veículos gostam de colocar adesivos em seus carros. E o acessório é o mais variado possível: adesivos de desenho animado, de cursos de faculdade, de família, entre outros.

Colocar os adesivos nos veículos é fácil, porém, é preciso remover corretamente o adesivo quando necessário, pois se retirar de qualquer jeito pode deixar marcas de cola no carro.

Retirar os adesivos pequenos é mais fácil, eles podem ser removidos com o auxílio das unhas e de uma fita crepe: Raspe a pontinha do adesivo com as unhas, levemente. Depois, puxe para não sobrar cola e deixar um aspecto feio por causa dos restos resíduos do produto. Após isso, repita o procedimento com a fita crepe.

Para a retirada de adesivos grandes, é necessária uma ajudinha de removedores ou solventes. Estes produtos podem ser encontrados em lojas especializadas em acessórios para veículos.

Na retirada do adesivo grande, após amolecer a cola, raspe de um lado para outro com uma espátula, sempre tomando cuidado para não arranhar seu carro. Não use jornais e líquidos com muita química para remover os adesivos do seu veículo.

Novas Resoluções CONTRAN

A Resolução nº 422 altera dispositivos da Resolução CONTRAN nº 168, de 14 de dezembro de 2004, que trata das normas e procedimentos para a formação de condutores de veículos automotores e elétricos. Altera a resolução CONTRAN nº 168/2004

Já a Res nº 423 altera dispositivos da Resolução CONTRAN nº358, de 13 de agosto de 2010, que trata de procedimentos de credenciamento de instituições ou entidades públicas ou privadas voltadas ao aprendizado de candidatos e condutores, e dá outras providências. Altera a resolução CONTRAN nº 358/2010

Por último, a Resolução nº 424 altera o prazo previsto no artigo 27 Resolução CONTRAN nº 404/2012 que dispõe sobre padronização dos procedimentos administrativos na lavratura de Auto de Infração, na expedição de notificação de autuação e de notificação de penalidade de multa e de advertência, por infração de responsabilidade de proprietário e de condutor de veículo e da identificação de condutor infrator, e dá outras providências, alterando a Resolução CONTRAN nº 404/2012

Número de carteiras retidas pela Lei Seca aumenta 27%


De janeiro a novembro deste ano, 11.553 condutores tiveram a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) retida pelo Departamento Estadual de Trânsito do Ceará (Detran/CE) por descumprimento da Lei Seca, uma média de 34 por dia. Comparando com o mesmo período do ano passado, quando 9.103 motoristas foram autuados, houve um aumento de 27%.

Os números da Lei Seca tendem a aumentar ainda mais, caso seja aprovado um projeto de lei da Câmara Federal que tramita no Senado. O senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) apresentou substitutivo à proposta impondo “tolerância zero” para a associação entre álcool e direção. Com previsão de ser votada hoje pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado, o projeto defende a alteração do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) para tornar crime a condução de veículo sob influência de qualquer concentração de álcool ou droga.

A pena mínima passaria a ser de detenção de seis meses a três anos, ampliada para um a quatro anos de cadeia se resultar em lesão corporal; três a oito anos, se a lesão corporal for grave; e quatro a 12 anos, se resultar em morte.

O comandante da Polícia Rodoviária Estadual, coronel Túlio Studart lembra que, nos primeiros anos de aplicação da Lei Seca, os condutores tinham medo maior de sofrer as penalidades. Dois fatores modificaram a situação: o primeiro é constitucional e se refere à lei que diz que ninguém é obrigado a produzir prova contra si mesmo, ou seja, o motorista só faz o teste do bafômetro se quiser. A segunda foi a intervenção do Superior Tribunal Federal (STF), que determinou que apenas provas materiais serviriam de base para que o condutor responda criminalmente pela desobediência à lei.

“Ou seja, as pessoas que se recusassem a fazer o uso do etilômetro (bafômetro) só seriam responsabilizadas administrativamente. Isso quer dizer que teriam a carteira retida e pegariam a multa porque não havia provas materiais. Não eram mais presas”, esclarece o comandante.

A proposta do projeto de lei é de aumentar as possibilidades de provar o estado de embriaguez dos motoristas. Segundo Studart, passariam a servir como atestado de alcoolemia o relato de testemunhas, o comportamento do motoristas, olhos avermelhados, comportamento lento ou agressivo, vídeos etc.

Mais de 95% das pessoas que se recusam a fazer o teste do bafômetro, de acordo com o coronel, ingeriram álcool. “Nunca peguei ninguém que tivesse se recusado a fazer o teste e não tivesse bebido”.

O guia de turismo Éverton Silva, 30, passou por uma situação que o faz defender a Lei Seca. Há dois anos, ele voltava da igreja com a namorada, quando outro condutor com sinais de alcoolemia atravessou a preferencial, veio da contramão e bateu no carro dele. “Fomos arrastados por um espaço grande. A sorte é que a gente vinha devagar e meu carro é grande. Ele arrancou e fugiu”, aponta. O guia teve de pagar todo o prejuízo. “Quero muito que a lei seja aprovada, porque as pessoas precisam ser responsabilizadas pelo que fazem”.

O POVO solicitou ao Detran/CE os dados de quantos condutores que tiveram a CNH retidas foram, de fato, suspensas. A assessoria de imprensa ficou de verificar o número e, após várias cobranças, não apresentou os números.


ENTENDA A NOTÍCIA


O número de motoristas que tiveram a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) retida por conduzir com sinais de embriaguez cresceu 27% em 2012 (até novembro), se comparado com o mesmo período do ano passado.

Saiba mais

O relator do projeto de lei, senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), apresentou substitutivo à proposta, impondo tolerância zero para associação entre álcool e direção.

O projeto de lei poderá ser votado hoje pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado. O texto estava na pauta da última reunião da CCJ, mas foi retirado a pedido do próprio relator.

Ricardo Ferraço defende a alteração do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) para tornar crime a condução de veículo sob influência de qualquer concentração de álcool ou droga. A pena mínima passaria a ser detenção de seis meses a três anos.

Números
CNHs retidas em 2011
Janeiro: 509
Fevereiro: 562
Março: 687
Abril: 752
Maio: 1.482
Junho: 973
Julho: 395
Agosto: 531
Setembro: 739
Outubro: 1.089
Novembro: 1.384

Total: 9.103

CNHs retidas em 2012
Janeiro: 1.424
Fevereiro: 1.230
Março: 1.362
Abril: 1.067
Maio: 1.321
Junho: 1.206
Julho: 903
Agosto: 689
Setembro: 790
Outubro: 718
Novembro: 843

Total: 11.553

Multimídia
A votação do projeto de lei que endurece a punição para motorista que dirigir embriagado é o Tema do Dia na cobertura de hoje dos veículos do Grupo de Comunicação O POVO. Confira:

Para escutar: Na rádio O POVO/CBN (AM 1010 e FM 95,5), o tema será discutido no programa Grande Jornal, das 8 às 11 horas, e/ou no programa Revista O POVO/CBN, das 15 às 17 horas.


Para ver: Na TV O POVO trará uma matéria sobre o tema no O POVO Notícias, às 18h30min. Assista à programação pelo canal 48 (UHF), 23 (Net) e 11 (TV Show). Veja o vídeo na página da TV O POVO no Youtube.www.youtube.com/user/tvopovo.

Para ler e opinar:: Acompanhe a repercussão entre os internautas na página do O POVO Online no facebook (www.facebook.com/OPOVOOnline ) e no portal O POVO Online

Saiba como negociar seu carro seminovo com revendedoras


Na hora de comprar ou vender bens de alto valor, quanto mais informação melhor. Antes de negociar a compra ou venda do seu carro com uma concessionária ou uma revendedora de veículos, entender como todo o processo funciona pode evitar perdas financeiras e surpresas desagradáveis.

Em reportagem publicada recentemente, EXAME.com mostrou como funciona a compra e venda de carros entre pessoas físicas. Veja agora como ocorre a compra e venda de carros seminovos com pessoas jurídicas e descubra qual é o negócio mais vantajoso para você.

Preços
Engana-se quem acredita que vai conseguir vender o carro para concessionárias e revendedoras pelo mesmo preços divulgado em índices de preços de mercado, como a tabela Fipe e a Molicar. “Quando se propõe a venda em concessionárias ou lojas, o valor fica em média 20% abaixo da tabela de mercado”, explica o consultor automotivo e diretor da Universidade Automotiva (Uniauto), Amos Lee Harris Júnior.

As tabelas expressam os valores praticados no mercado, ou seja, os preços anunciados dos carros que estão à venda. Isso significa que elas não representam os preços que as lojas estão dispostas a pagar, o preço da compra, mas sim o da venda.

Segundo Harris, as lojas precisam comprar os carros por um valor 20% inferior ao preço praticado no mercado, para conseguirem pagar os custos da operação e ainda assim obter lucros. "As lojas têm custos com mão de obra e com a preparação do carro para a venda, como a troca de peças desgastadas como pneus, amortecedores e correia dentada. Também têm custos de estocagem, que é o custo financeiro a compra e a revenda do carro", afirma Amos Lee, que acrescenta que dentro da margem de 20% obtida na operação, entre 2% e 5% representam o lucro.

Vantagens e desvantagens
Financeiramente, a compra e a venda de carros entre pessoas físicas pode ser mais vantajosa. Por parte do vendedor, é interessante pois ele poderá vender o carro sem precisar deixar 20% do valor na mão dos comerciantes. E o comprador ganha pela possibilidade de obter mais descontos. Como o proprietário não terá que pagar comissão às lojas, ele pode pedir um valor um pouco inferior ao das revendedoras.

A principal vantagem da venda e compra com pessoas jurídicas é a velocidade da operação. Com um maior volume de vendas, as concessionárias e revendedoras conseguem comprar os carros mesmo antes de ter um comprador interessado, o que não ocorre na compra entre pessoas físicas.

Outra vantagem de realizar a negociação com pessoa jurídica, mas que se aplica apenas ao comprador, é que incide uma garantia na operação. Ao comprar com uma revendedora o consumidor tem direito a 90 dias de garantia, de acordo com o Código de Defesa do Consumidor (CDC). Mas ao comprar de um particular, essa garantia não existe, uma vez que esse tipo de transação não é regida pelo CDC.

Pesquisas de preço
Antes de entrar em qualquer loja, recomenda-se que proprietário pesquise preços em classificados e na internet. Essa pesquisa pode ser feita em índices oficiais, como a Tabela Fipe e a Molicar, além de sites de classificados de automóveis. Com essas referências em mente, será possível avaliar melhor se os preços oferecidos nas lojas são razoáveis.

“É importante visitar quantas lojas você puder, quanto mais melhor. Porque nem todos avaliam o valor do carro da mesma forma. Você pode conseguir um valor melhor pelo seu carro em um lugar e um melhor desconto em outro”, explica Harris. Segundo ele, se a intenção for vender um carro para comprar outro é essencial não só observar qual loja paga mais pelo seu veículo, como qual delas oferece o melhor desconto para o carro pretendido.

Ele acrescenta que algumas lojas podem valorizar mais um tipo de modelo do que outro. "Um Chevrolet pode não ter muito valor se for vendido na loja da BMW, porque a compra pode não interessar para a concessionária". E nem sempre vender o carro na concessionária de mesma marca é a melhor opção. Harris explica que algumas concessionárias de marca diferente da do carro que está à venda podem oferecer preços ainda melhores para tornar o consumidor seu cliente e também fazê-lo deixar de ser cliente da marca concorrente.

Por isso, a dica aqui é preferir as concessionárias que tenham carros com um perfil parecido com o do modelo que se pretende vender e também buscar negociar em lojas de marcas concorrentes. Lembrando que, quanto mais pesquisa, melhor.

Negociando com os comerciantes
Como em qualquer negociação, quanto mais informação, melhores serão os argumentos e as chances de conseguir vantagens. Segundo o diretor da Uniauto, uma boa negociação pode render para os vendedores um valor 5% maior pelo seu carro e para o comprador, 5% menor.

Além de pesquisar previamente na internet os valores, vale recortar jornais, imprimir artigos e demais documentos que mostrem que o preço da concessionária é maior do que o anunciado, se a intenção for de compra, ou que mostrem que um carro similar é vendido por um valor maior se a intenção for a venda.

Fechar negócio na primeira loja pode ser um erro tremendo. Além de o valor obtido ter chances de não ser o melhor que se poderia conseguir com mais pesquisa, na primeira negociação os consumidores não costumam ter argumentos bons o suficiente para persuadir os comerciantes. “Na segunda loja, o cliente já vai ter mais argumentos, e no terceiro lugar que ele for, ele já será quase um expert. Tudo o que ele ouviu dos outros vendedores poderá ser usado para contra-argumentar com os outros. Em meio dia de contatos você já sabe como negociar’”, afirma. Amos Lee.


Se a intenção for vender o carro para comprar outro, use isto a seu favor

Se a intenção for vender o carro seminovo para comprar outro novo, o poder de barganha aumenta. Mas, para isso, é preciso negociar da forma certa.

O consultor automotivo Amos Lee Harris Júnior orienta que o consumidor não tente vender o carro usado antes de dizer que pretende comprar o novo. “Só depois o cliente deve falar que quer colocar o seu usado na troca. Com isso, ele desperta no vendedor o interesse de vender o zero e valoriza seu usado. Ao falar que você quer vender seu usado antes, ele já vai colocar um preço baixo para o seu carro. E ao descobrir que você quer comprar um novo, mesmo com mais interesse, não vai mudar o valor que já foi informado”, afirma.

Avalie o carro antes de comprá-lo
Além de negociar um bom valor para seu carro, o vendedor não tem muito com que se preocupar. Já o comprador precisa avaliar não só o preço como as condições do carro pretendido.

Aqui valem os mesmos cuidados já mencionados na reportagem anterior. Antes de fechar o negócio, é essencial checar possíveis pendências do carro no Detran, pedir que um mecânico avalie as condições do veículo, ou seguir alguns passos para fazer uma vistoria por conta própria. Se a loja permitir realizar um test drive de longa duração, esse pode ser o procedimento ideal. Ficando com o carro durante um ou dois dias é possível perceber defeitos não detectáveis à primeira vista, e o carro pode ser levado ao mecânico para que ele realize uma inspeção mais apurada com mais tempo.

Documentação
O processo de documentação na compra e venda com concessionárias e revendedoras pode ser muito mais fácil do que com pessoas físicas por uma questão de experiência. Não será preciso procurar despachantes ou cartórios porque muito provavelmente as lojas já têm os contatos dos serviços usualmente utilizados. Mas, ainda assim, é preciso conhecer as obrigações legais de cada parte para não ter surpresas desagradáveis.

O procedimento não difere muito da compra e venda entre pessoas físicas. Contudo, normalmente a transação é mais ágil. Na reportagem publicada anteriormente, sobre a compra e venda de veículos entre pessoas físicas, já estão especificados os documentos e processos burocráticos da operação de compra e venda de seminovos.

Saiba como conservar a pintura automotiva

A SulAmérica, em parceria com a Basf, criou uma série de recomendações para conservar a pintura do veículo novo por muito mais tempo.
"A preservação da pintura do veículo mantém um aspecto novo e ajuda a valorizar o carro na hora de uma possível revenda, pois o cuidado e zelo do proprietário do veículo passa confiança para o possível comprador. Além disso, a pintura é visível e chama atenção e tomar atitudes como essas ajudam ainda mais no momento da revenda", explica o diretor de Automóveis da SulAmérica, Eduardo Dal Ri.

O primeiro passo é manter o carro limpo. Lavar o automóvel com água e detergentes especiais é o ideal. O serviço deve ser feito à sombra e com o automóvel frio. O ideal é utilizar luvas especiais feitas de algodão prensado, que diminuem a possibilidade de riscos. Na volta da praia, lave o carro imediatamente. A maresia é um dos fatores que mais agridem a pintura.

Evite produtos agressivos e abrasivos, como querosene ou silicone, em excesso. Em caso de dúvida, o melhor é escolher os produtos especializados. Se puder, seque o veículo ao sol e verifique, ao abastecer, se o combustível não respingou na lataria ao redor do bocal. Caso positivo, precisa ser lavado imediatamente.

Excrementos de aves são extremamente corrosivos e podem causar manchas na pintura em apenas um dia. Por isso, é necessário fazer a limpeza com muita água, logo em seguida. Esse cuidado também vale para a sujeira causada pela seiva de árvores. Todos os carros sejam com pintura sólida, metálica ou perolada, sofrem ação das intempéries (sol, chuva, sereno, etc.) e da poluição do ambiente, considerados um dos principais inimigos da pintura.

Para manter o veículo sempre brilhante, é importante proteger a pintura do carro com aplicação de ceras protetoras. O ideal é que seja realizado, no mínimo, a cada três meses por profissionais que tenham as ferramentas e o local adequado para isso.


Em casa

Para os motoristas que realizarem o trabalho em casa, a dica é escolher um lugar à sombra, deixar o carro esfriar e aplicar pequenas quantidades de cera protetora, utilizando flanelas bem macias.

Quando a situação da pintura já estiver em processo adiantado de perda de brilho, o proprietário pode fazer um polimento, que em muitos locais leva o nome de revitalização, cristalização ou espelhamento.

Cada polimento retira uma pequena camada da tinta do automóvel. Por isso, ele deve ser feito com muito critério. Além disso, pequenos riscos e amassados devem ser consertados o quanto antes, pois podem acelerar o processo de oxidação da lataria. Na maioria das vezes o reparo rápido de pintura e o próprio polimento são suficientes para reparar danos leves.

Reparos automotivos

A SulAmérica, também em parceria com a Basf, foi a primeira a utilizar tinta à base d"água no processo de repintura dos veículos reparados nos Centros Automotivos de Super Atendimento (C.A.S.A.) e nas oficinas credenciadas da seguradora em diversas regiões do Brasil. O objetivo é tornar o momento do conserto do carro menos agressivo à natureza e melhorar substancialmente as condições de trabalho do profissional na reparação.

"Essa tecnologia permite que 90% menos solventes sejam emitidos na atmosfera em comparação com as tintas automotivas utilizada mais comumente. Além disso, a qualidade final do trabalho reproduz, de forma fiel, a cor e a textura da pintura original executada nas montadoras. Apenas no primeiro semestre deste ano, deixaram de serem emitidas 2,9 toneladas de VOC (componente orgânico volátil)", afirma Dal Ri.

Saiba quais são os cuidados para andar de bike

Você tem medo de pedalar na cidade?

Uma área do município ou mesmo uma determinada via pode ser perigosa em certos momentos do dia, porém, pode ser muito tranquila em outros horários. Qualquer veículo é perigoso quando mal conduzido. Um local pode ser mais ou menos complicado, a diferença está na maneira de conduzir a bicicleta.

Quem opta pela bicicleta como meio de transporte nas cidades precisa estar atento às leis e às características da via utilizada. Isso facilita o trânsito e pode evitar acidentes. Muitas pessoas têm medo de pedalar, pois não se sentem seguras com relação ao trânsito. No entanto, é preciso saber que grande parte da segurança no trânsito depende em muito das atitudes que tomamos.


EQUIPAMENTO BOM

O dia em que você se sentar em uma bicicleta de qualidade e sair pedalando, vai descobrir que pedalar pode ser muito bom. Olhe para a cidade, observe a liberdade e não fique olhando para as restrições que os meios de transporte motorizados nos obrigam a encarar. Bicicletas oferecem a liberdade de ir para onde quisermos e fugir de avenidas, conhecendo aquela face da cidade que o automóvel esconde naturalmente.

Se o ciclista seguir algumas poucas regras básicas de pilotagem, o risco de acidente cai praticamente a zero. Sempre haverá a possibilidade de alguma tensão ou conflito, mas será bem mais difícil a ocorrência de acidentes. O importante é o ciclista entender que, enquanto pedala e conduz a bicicleta, ele é de fato um ciclista, e não um motorista ou motociclista. A bicicleta acelera, mantém a velocidade e desacelera de uma maneira completamente diferente de qualquer veículo motorizado. Com isto assimilado, a relação do ciclista com o trânsito passa a ter particularidades que precisam ser respeitadas.

PERIGOS
Fenômeno recente e muito preocupante para todos é o uso indevido e abusivo de vidros escuros nos veículos, o que não permite o importante contato visual com o motorista. Para o ciclista, em particular, a convivência no trânsito com esses veículos representa uma situação de alto risco, uma vez que não permite saber para onde está voltada a atenção ou a visão do condutor.

Capacetes podem ser úteis caso o ciclista venha a ser atingido, no entanto, não é esse o principal objetivo do equipamento. Não caia no mito de que usar um capacete seja a medida mais importante relacionada à segurança do ciclista. O melhor mesmo é procurar não ser atingido por qualquer que seja o veículo.

Um dos maiores erros que as pessoas cometem quando começam a pedalar é fazer exatamente os mesmos trajetos que faziam quando dirigiam veículos. É reconhecidamente melhor e mais prudente adotar outros caminhos, optando por ruas com menor volume de carros, com trânsito mais lento e naturalmente menos agressivo.

ILUMINE-SE
É óbvio demais não é? Bem, se é tão óbvio, porque então a maioria das pessoas que pedalam à noite anda sem luzes de sinalização? Pisca-piscas são baratos. Faróis são tão importantes quanto às luzes traseiras. Procure pelos novos modelos com LED.

Normalmente é mais seguro ocupar a faixa inteira, ou pelo menos pedalar um pouco à esquerda, ao invés de pedalar muito próximo ao meio-fio.

O segredo de se vestir corretamente para pedalar é sempre lembrar que, com o exercício, seu corpo vai aquecer. Convém iniciar a pedalada com um pouco menos de roupa, e assim poder receber a sensação do frio, porém sempre utilizar vestimentas adequadas que deixem o corpo respirar.

ACIDENTES
Acidentes com ciclistas, em grande parte, são causados por eles mesmos. Quase todos os acidentes têm responsabilidade direta ou indireta do próprio condutor da bicicleta, seja por distração, por desrespeito à sinalização, por falha mecânica, por erro de cálculo e até mesmo pela falta de bom senso e uma certa dose de paciência.

Deixar a bicicleta com a manutenção sempre em dia também é uma forma de evitar prejuízos maiores.
Ciclistas, aprendam a conduzir a bicicleta corretamente e não sofrerão acidentes.

sábado, 1 de dezembro de 2012

Carros do futuro trazem inovações para motoristas

Temos uma notícia boa e uma má para você. A parte ruim é que o trânsito nas grandes cidades não vai melhorar nos próximos anos, pelo contrário: a situação deve ficar cada vez mais complicada. Mas a notícia boa é que você poderá aproveitar melhor o seu tempo dentro do carro.

Ao menos essa é a proposta da Bentley ao apresentar o carro conceitual de luxo Bentley Mulsanne Executive. O modelo foi construído tendo como objetivo proporcionar o máximo de conforto possível a quem está preso no trânsito, mas nem por isso pretende deixar de trabalhar.

Compatível com Wi-Fi mobile, o Mulsanne Executive traz dois iPads nos bancos traseiros, acoplados a docks com teclado. Além disso, cada passageiro da parte de trás pode conferir a programação de TV por meio de duas pequenas telas acopladas aos bancos dianteiros, além de uma tela central de 15,6 polegadas.

De acordo com uma pesquisa realizada pelo US Census Bureau, um cidadão norte-americano gasta em média 50 minutos por dia a caminho do trabalho, tempo que poderia ser melhor aproveitado tanto para o lazer quanto para adiantar possíveis pendências no escritório.

Com IPI mais baixo, carros usados desvalorizam até 20%

A desvalorização dos veículos seminovos e usados é apontada pelo setor como a principal sequela causada pelo desconto no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros novos, que provocou alta nas vendas dos zero quilômetro e ajudou no pequeno crescimento de 0,6% economia brasileira no 3º trimestre, anunciado nesta sexta-feira (30).

Ao cruzar o custo na tabela Fipe de um modelo seminovo com o preço de veículos novos, o consumidor observa que pagaria cerca de R$ 42 mil em um Toyota Corolla XLi 1.8 Flex ano 2009, por exemplo, enquanto o mesmo carro, zero quilômetro, sairia por R$ 62.800. O sedã usado vale praticamente o mesmo de outro modelo da marca, o Toyota Etios 1.5 16V XLS, que é um compacto cujo preço sugerido em R$ 42.790.

O efeito colateral sobre os preços de seminovos e usados, de acordo com os lojistas consultados pelo G1, é uma baixa que varia entre 10% e 20% — para comparação, o desconto do IPI chega a 10% nos carros novos — e prejudica concessionários a revendedores multimarcas. “Um monte de lojas fechou, outras passam por dificuldades extremas. O governo usou o desconto do IPI para forçar o crescimento do PIB, mas isso causou um racha no mercado”, afirma o proprietário da Phoenix Multimarcas, Wilson Gonçalves Junior, que tem a loja em São Paulo há 10 anos.

Segundo o empresário, durante este ano o movimento em sua loja caiu 50% em relação às vendas de 2011. “Eu vendia 30 veículos por mês. Hoje a gente vende entre 15 e 18 carros. Em novembro, que normalmente é um mês forte, nós vendemos até agora só 11 unidades”, contabiliza.

O mesmo problema foi sentido pelo gerente de vendas da concessionária Fiat Auguri, Maier Polera. Segundo ele, 40% a 50% dos negócios fechados na concessionária são feitos tendo carros seminovos e usados como entrada.

“As pessoas olham muito o desconto para o carro novo. Então, mesmo que o carro que o cliente dá na entrada esteja muito desvalorizado, ele fecha o negócio e compra o novo”, afirma Polera, que ainda tenta desovar os carros que a concessionária comprou como entrada dos negócios de novos.

Sobre o valor que está na tabela Fipe, o economista Alexandre Lignos ressalta que no cálculo do lojista entra ainda o desconto dos impostos e o lucro que terá com a venda do carro, mas sem perder um preço acessível para poder vender. Por isso, os valores oferecidos na troca sempre ficam abaixo da tabela.

De acordo com o presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Flavio Meneghetti, dados da Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto), neste ano, mais de 4,5 mil lojas de seminovos fecharam as portas nos últimos 90 dias.

“Mas no Brasil são 45 mil lojas. Ou seja, essa foi uma fase de ajuste que a crise de mercado provoca. Muitos dos que fecharam não eram empresários sérios, profissionais”, argumenta Meneghetti.

Crédito mais restrito
O IPI não foi o único vilão do mundo de seminovos e usados. O encalhe desses veículos também é causado pela restrição maior ao crédito e a prática de taxas de juros maiores, já que para os bancos financiadores, o mercado de novos tem mais garantias. “Os bancos não querem arriscar, principalmente agora, com a inadimplência alta por causa de políticas passadas que não foram corretas, como conceder muito crédito. Enquanto o mercado não se normalizar, comprar um usado por meio de crédito continuará muito caro”, ressalta o proprietário da Phoenix Multimarcas.

Recuperação
Embora o IPI tenha prejudicado o mercado de seminovos e usados, o presidente da Fenabrave afirma que a recuperação começou a ser sentida neste mês.

“O veículo usado que estava parado já vem rodando normalmente, em função dos financiamentos, dos veículos usados como entrada na compra de novos e de usados sensíveis ao crédito”, diz Meneghetti, que considera a queda da inadimplência. Fora isso, a perspectiva do fim do desconto no IPI a partir do dia 1º de janeiro também anima o setor.

“Quem pode comprar o novo tem crédito melhor, mas quem tem renda menor não tem acesso, precisa do usado”, diz o presidente da Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef), Décio Carbonari.

Já de olho nesse novo fôlego, empresas procuram encontrar alternativas para atrair novos clientes que se interessem pelos seminovos. A Rodobens Seminovos, por exemplo, entrou no mercado em outubro deste ano, com a proposta de oferecer veículos revisados com garantia de 1 ano.

Como o grupo Rodobens possui empresas de leasing, locação, banco de financiamento, consórcio, entre outros negócios, eles conseguem “peneirar” veículos ainda com alta qualidade, sem batidas e em bom estado, o que ajudar a girar o negócio da própria empresa.

“O consórcio e o banco Rodobens, por exemplo, recebem veículos de clientes inadimplentes. Dessa forma, conseguimos revender em condições melhores”, exemplifica o diretor geral da Rodobens Seminovos, Elvio Lupo, que por, enquanto administra hoje 2 pontos de vendas, mas que deverão passar a 25 pontos até o fim de 2013.

Antecipação de compras
Outra consequência do desconto do IPI é a antecipação de compras que o benefício causa, mas que só vai ser refletida no ano que vem. O benefício, inclusive, foi prorrogado duas vezes, o que gerou recordes de vendas de carros no setor. Ele deve acabar em 31 de dezembro próximo, mês em que também é esperado um “boom” de procura por veículos zero quilômetro.

Para o presidente da Volkswagen do Brasil, Thomas Schmall, e para o presidente da Jac do Brasil, Sergio Habib, janeiro e fevereiro, meses tradicionalmente mais fracos, pesarão negativamente no balanço do primeiro semestre de 2013. Schmall estima alta de 2% nas vendas em 2013, com média de 300 mil carros emplacados ao mês, ao todo, no Brasil.

Preços devem subir em 2013
Habib já é mais pessimista e acredita que o mercado vá ficar estável em relação a 2012. “O mercado pode crescer 1% ou cair 1%. O PIB e a massa salarial vão crescer, mas há outros fatores”, explica. De acordo com o empresário, tais fatores são a queda lenta da inadimplência, abaixo do previsto, e a pressão para o reajuste dos preços.

“O preço dos carros não é ajustado há três anos e há uma grande pressão para isso por causa do aumento do custo. Para ter ideia, 40% do preço do carro está atrelado ao dólar. Se o governo não prorrogar o desconto do IPI, os valores vão aumentar”, analisa Habib.

Thomas Schmall acrescenta outro fator na conta: a obrigatoriedade de freios ABS e airbag. Para picapes com cabine dupla, a regra já valerá no ano que vem; para carros, entra em vigor em 2014.

Crédito mais 'saudável'

Apesar das consequências, o balanço é positivo para o setor de uma forma geral. No caso dos bancos das montadoras, principais financiadores na compra de carro, com a queda nas taxas de juros, a redução do IPI e, posteriormente, com a prorrogação do benefício, ocorreu o retorno ao mercado de um público com renda maior e com melhores garantias de pagamento. “Como consequências, tivemos um aumento de recursos liberados e uma melhora no nível de adimplência”, ressalta.

Outro movimento observado pela Anef foi o aumento da procura por consórcios. “Parece que o brasileiro se lembrou de que existia o consórcio, especialmente nas classes C e B, por ser mais barato ao exigir somente a taxa de administração e por oferecer prazos mais longos”, destaca Décio Carbonari. Segundo ele, no acumulado dos últimos quatro anos a participação do consórcio nas compras de carros novos subiu de 4% para 8%.