Nos meus artigos e falas sempre enfatizei que a causa principal da péssima
convivência e até mesmo da inacreditável violência no trânsito é a falta de
educação dos seus usuários. Não só dos motoristas, mas também dos pedestres. Há
um tempo, li num jornal do Ceará um dado preocupante: “das 1.794 pessoas que
morreram, 753 eram pedestres, o que corresponde a cerca de 42% das mortes de
2005 a 2010”.
A falta de educação dos motoristas é apontada por 50% dos entrevistados como o que mais incomoda. Os pedestres também são responsáveis. Não estão preparados para conviver com este trânsito louco. Pergunto: você tem ou teve educação para o trânsito na escola? Como gestor de uma escola municipal, estou envolvido, durante este ano, na escolha do livro didático para 2013.
A falta de educação dos motoristas é apontada por 50% dos entrevistados como o que mais incomoda. Os pedestres também são responsáveis. Não estão preparados para conviver com este trânsito louco. Pergunto: você tem ou teve educação para o trânsito na escola? Como gestor de uma escola municipal, estou envolvido, durante este ano, na escolha do livro didático para 2013.
Infelizmente, aqui e ali, uma abordagem superficial, como as três cores do
trânsito ou apresentação (sem memorização e compreensão) de uma meia dúzia de
placas. Para um estudo mais aprofundado, não há espaço no currículo formal,
informal, transversal ou oculto.
O art. 76 do Código de Trânsito Brasileiro prevê que haja educação para o
trânsito da pré-escola à universidade.
Nos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs –, da Lei n.º 9.394, de
20/12/1996 – LDB –, o trânsito nem é tema transversal. Os temas transversais dos
PCNs são: ética, pluralidade cultural; meio-ambiente; orientação sexual e saúde.
E cidadania? Trânsito é cidadania. Como os teóricos da educação complicam? Há
uns 20 anos, discutia eu com autoridades governamentais ligadas à educação,
época em que não se falava em transversalidade. Defendia trânsito como
disciplina no currículo formal – hoje opino que esteja pelo menos na
transversalidade. Perguntei aos presentes: quem já verificou, na mídia, alguma
notícia de que alguém morreu porque não sabia matemática ou português? E porque
não entendia de trânsito? Durante um ano são 30 mil, noutro, 40 mil. Já pensaram
a cidade de Tabuleiro do Norte desaparecendo, atropelada todo ano no Brasil.
Pois é o que acontece. Mortes no local.
Algo tem que mudar. Estamos atrasados desde 1805, quando funcionou o primeiro
veículo anfíbio do mundo do inventor americano Oliver Evans. A indústria
automobilística ali começava e a educação para o trânsito nem se pensava.
Conclusão: o pedestre morre no trânsito porque o trânsito não vive nele.
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