Com mais estradas e mais pessoas com melhor poder aquisitivo e maior acesso ao crédito, obviamente o fluxo de veículos e motocicletas potentes tem crescido expressivamente no Brasil. A boa nova, porém, vem acompanhada de efeito colateral indesejável, representado pela elevação do número de mortos e feridos no trânsito. Apesar de tais eventos assumirem proporções de tragédia de saúde pública, a sociedade brasileira permanece contemplativa e tolerante. Entidades como a ONU/OPAS, OMS, Ministério da Saúde e a Abramet não se cansam de advertir sobre os fatores causais dos infortúnios da mobilidade.
Estudo da Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo (CET-SP) apontou que o risco de morrer no trânsito da capital paulista é 17 vezes maior para os motociclistas do que para quem está em automóveis.
O índice de mortalidade de ocupantes de motocicletas, no Brasil, é de 5,49 mortos por 10 mil veículos, mais que o dobro do índice de mortalidade registrado para ocupantes de automóveis, que é de 1,97. O número de mortes em acidentes de trânsito envolvendo motocicletas no país aumentou 263,5% em 10 anos. Em 2012, foram mais de 16.200 mortes no país, contra 3.100 usuários de motocicletas mortos em 2001.
A maior dificuldade dos motociclistas serem vistos na via por outros condutores, o comportamento e a forma de conduzir a motocicleta, tais como excesso de velocidade e ultrapassagens arriscadas, interferem decisivamente no índice de mortalidade.
“A rigor, o termo acidente não é apropriado para definir os desastres no trânsito. Estes eventos não são acidentais. Têm causas, causas bem definidas pela Medicina de Tráfego e que serão tema do 11º Congresso Brasileiro Sobre Acidentes e Medicina de Tráfego, a ser realizado de 10 a 12 de setembro de 2015 em Gramado”, explica o presidente da Associação Brasileira Medicina de Tráfego (Abramet), doutor especialista em medicina do tráfego, José Heverardo da Costa Montal.
As lesões
Em geral, os membros inferiores e superiores são os mais atingidos, mas as lesões mais graves são as que se localizam na cabeça. Cerca de 20% das vítimas atendidas precisam ser internadas, tal a gravidade das lesões. Nas que morrem durante a hospitalização, a cabeça é a região mais atingida, seguida por acidentados que apresentam múltiplas lesões.
O uso de acessórios como luvas, macacão de couro acolchoado com reforço no joelho, capacete com proteção facial, viseira, colete protetor para o tórax, bota de segurança meio cano acolchoada e faixa refletiva podem minimizar os danos corporais. Recomenda-se que tais roupas e equipamentos tenham cores que facilitem sua percepção pelos demais condutores.
Os ciclistas
Meio de transporte alternativo ou opção de lazer, as bicicletas são encontradas de norte a sul do Brasil conduzidas por pessoas de todas as idades. Sem obedecer as regras de trânsito, os condutores se expõem a maiores riscos, trafegando em vias públicas ou nas calçadas, onde disputam espaço com os pedestres. Os traumas superficiais são mais frequentes e se caracterizam por abrasões, contusões e lacerações, mas o traumatismo craniano é o responsável maior pela mortalidade ou invalidez.
O uso de capacete produz um substancial efeito redutor na mortalidade. A utilização de luvas reduz as lesões das mãos e previne a compressão de nervos. O uso de óculos especiais protege os olhos contra a exposição solar e a contusão ou perfuração por corpos estranhos.
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