sexta-feira, 19 de julho de 2013

Quem é o responsável pela fiscalização do Detran? Parte II

Diante da repercussão da postagem anterior, intitulada “Quem é o responsável pela fiscalização do Detran”, publicada aqui no Portal do Trânsito e datada de 17 de julho de 2013, gostaria de agradecer os comentários também recebidos por email particular e nas redes sociais.
Gostaria, ainda, de ampliar o foco sobre quais os procedimentos corretos para o encaminhamento de denúncias. Afinal, todos sabem que é o Denatran responsável pela fiscalização das irregularidades nos Detrans, mas como formalizar tais as afirmações ou denúncias de irregularidades?

Longe de comprar briga com os Detrans, com algum Detran específico ou sindicatos de servidores destes órgãos, o que me leva a explorar esse assunto é um aviso que circula pelas redes sociais publicado por uma entidade representante dos servidores de um desses Departamentos Estaduais de Trânsito.

A mensagem orienta seus filiados a colocarem tal cartaz em lugar visível, preferencialmente na porta, em suas unidades de trabalho como uma forma de alerta à população.

No referido cartaz os servidores do Detran se desculpam pelos transtornos causados no atendimento aos usuários por conta de falhas no sistema de computadores, e com letras pretas em fundo vermelho afirmam: “estamos sem sistema por falta de investimentos no Detran.”

O cartaz também sugere que os usuários exijam os seus direitos, pois pagam uma das taxas mais caras do Brasil. Mesmo sendo o Denatran o órgão máximo executivo de trânsito da União e responsável pela apuração de supostas denúncias e irregularidades nos Detrans, a população é orientada pelos servidores a formalizar as denúncias na Ouvidoria Geral do Estado e na Assembléia Legislativa.

Não sei se tentar mobilizar a população foi a única ação, mas espera-se que as queixas de supostas irregularidades sobre falta de investimentos e eventual desídia sejam encaminhadas ao órgão responsável para apuração.

À guiza de informação, consta na página oficial do Denatran, que as denúncias em relação aos órgãos integrados do sistemas nacional de trânsito devem ser formalizadas (via ofício) diretamente ao Diretor do DENATRAN, acompanhadas de provas comprobatórias sobre os fatos a serem denunciados.

No entanto, a mídia tem noticiado casos em que outros órgãos e entidades que não sejam o Denatran também podem investigar irregularidades em situações específicas. É o caso do Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (PROCON) ao instaurar Processo Administrativo para investigar supostas ilegalidades existentes numa Portaria expedida pelo Detran do Piauí que suspendia o credenciamento de novas empresas fabricantes de placas e tarjetas veiculares no estado. A notícia foi publicada na página do Ministério Público do Estado do Piauí.

Há casos em que o Ministério Público também intervém em questões relacionadas ao Detran, como é foi o caso da 7ª Promotora de Justiça de Direitos Constitucionais Fundamentais, que instaurou inquérito civil para apurar supostas irregularidades por parte do Detran do Pará na contratação de funcionários temporários para atuarem em diversos municípios.

Cabe ainda ao próprio Detran a abertura de sindicância interna para apurar supostas irregularidades em contratos, por exemplo, como foi feito pelo Detran do Rio Grande do Sul, em julho deste ano, como noticiou o Jornal Zero Hora.

Em Goiânia, denúncias protocoladas pelo Sindicato dos Servidores (Sintrango) ao Denatran levaram à investigação sobre as queixas de deficiência na realização das provas para obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), vistoria fora das normas do Conselho Nacional de Trânsito (Conatran) e prescrição de multas. A notícia foi publicada no Jornal Opção.

Portanto, além do art. 19 do Código de Trânsito Brasileiro quanto às competências do Denatran para a fiscalização dos Departamentos Estaduais de Trânsito em cada unidade da federação, há casos específicos em que outros órgãos e entidades também apuram supostas irregularidades.

Sendo o cidadão o cliente e o maior beneficiário na prestação de serviços públicos, que devem ser prestados visando o bem comum, o ideal é que ele, como integrante da sociedade organizada, também fiscalizasse. E, principalmente, que fosse informado sobre onde, quando e como protocolar as queixas.

Em quaisquer assuntos, sobretudo os de trânsito, o ideal seria que não só os profissionais da área tivessem acesso à informação.

Comissão aprova envio de multa de trânsito por e-mail

A Comissão de Viação e Transportes aprovou proposta que torna explícita a possibilidade de as notificações de multas de trânsito serem enviadas aos motoristas por e-mail.

O projeto aprovado também determina que as notificações de infração deverão conter informações sobre como recorrer da multa. O texto aprovado é um substitutivo ao Projeto de Lei 7538/10, do deputado Hugo Leal (PSC-RJ), e outros apensados. O texto original previa apenas o envio da multa por e-mail.

Hoje, o Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503/97) estabelece que as penalidades serão comunicadas ao infrator por remessa postal ou qualquer outro meio tecnológico hábil.

“Será necessário apenas que o condutor do veículo informe o seu endereço eletrônico no órgão de fiscalização de trânsito. Acreditamos que o número de interessados será grande, facilitando que a medida seja implantada com eficiência”, argumentou o relator, deputado Milton Monti (PR-SP).

Recurso

A exigência de informações mais detalhadas para o recurso contra a infração consta do Projeto de Lei 3669/12, do ex-deputado Giroto, que está apensado ao PL 7538/10. Pelas regras atuais, a notificação da multa conta obrigatoriamente com a data do término do prazo para apresentação de recurso pelo responsável pela infração.

Se o substitutivo for aprovado, o motorista também deverá saber de imediato os locais de obtenção do formulário para recurso e onde os questionamentos deverão ser entregues. "Essas mudanças vão tornar mais ágil o encaminhamento do recurso”, disse Monti.

Tramitação

A proposta, que tramita em caráter conclusivo, será analisada ainda pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Pressa e falta de consciência cidadã ajudam a complicar o trânsito


O objetivo das “Caixas Amarelas” é avisar ao motorista sobre a área em que não podem parar para não bloquear cruzamentos, mas muitos não respeitam esta regra


A cena é comum. Motoristas parados obstruindo cruzamentos. A infração é recorrente nos horários de maior movimento das vias de grandes cidades. Na pressa de aproveitar um semáforo aberto ou uma passagem de cruzamento, muitos motoristas param no meio das “Caixas Amarelas”, ou “Marcação de área de conflito”, como designa o Código de Trânsito Brasileiro e atrapalham ainda mais a fluidez do trânsito.


Segundo a especialista em trânsito e consultora do Portal, Elaine Sizilo, a definição da Marcação da Área de Conflito está na Resolução 236/07 do Contran. “Esta resolução aprova o Manual Brasileiro de Sinalização Horizontal, e descreve este tipo de marca viária como área da pista em que não devem parar os veículos, para não prejudicar a circulação”, explica Sizilo.


Apesar de conhecerem a sinalização, muitos condutores não se atentam para este fato na hora de atravessar um cruzamento. “Acho que já melhorou bastante, antigamente era muito mais comum ver carros, caminhões e até ônibus bloqueando a passagem de outros veículos, com a caixa amarela, melhorou um pouco”, afirma Eduardo Pacheco, motorista de ônibus. Mesmo assim, muitos ainda cometem essa irregularidade. “Você acha que dá tempo de atravessar e quando vê está parado no meio da via, é realmente constrangedor”, diz Marília Buarque, condutora que algumas vezes já passou pela situação.


Além de prejudicar a fluidez do trânsito, os motoristas que não respeitam esta regra estão cometendo uma infração gravíssima, com multa de R$ 191,54 e acréscimo de sete pontos no prontuário da CNH. “Esta infração, além de contribuir significativamente com o aumento dos congestionamentos, ainda pode ser a causa de muitas brigas de trânsito, pois muitos motoristas perdem a paciência ao enfrentar este tipo de situação”, conclui Sizilo.

Consumo de etanol no Brasil registra alta de 24% em junho

A demanda por etanol subiu 24 por cento no Brasil em junho ante o mesmo mês do ano passado, de acordo com as distribuidoras de combustíveis, sinalizando uma mudança nos hábitos dos motoristas que irá ajudar a diminuir o excedente de açúcar no mercado global e reduzir a dependência do país por gasolina importada.
Com o excedente global de açúcar empurrando os preços para a mínima de três anos, a União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) poderá reduzir sua estimativa oficial para a produção de açúcar na atual temporada das 35,5 milhões de toneladas projetadas em abril para não mais do que o volume produzido no ano passado, de 34,1 milhões de toneladas, disse nesta terça-feira o diretor técnico da entidade, Antonio de Padua Rodrigues.

Analistas esperam que a crescente demanda por etanol no mercado local absorva um volume maior de cana e reduza o excedente global de açúcar.
A oferta de etanol, que compete diretamente com a gasolina, aumentou na esteira de uma colheita recorde de cana, em andamento. A oferta reduziu os preços do biocombustível e tornou-o uma boa opção para os motoristas em termos de custo-benefício.

O movimento é benéfico para a Petrobras, que tem sofrido prejuízos com a importação de gasolina a preços mais altos do que os praticados internamente, devido ao controle de preços imposto pelo governo.

Padua disse que a previsão da Unica para a produção de etanol em 2013/14 na região centro-sul do país poderia ser elevada para 26 bilhões de litros, ante 25,4 bilhões estimados em abril.
O sindicato nacional das distribuidoras de combustíveis (Sindicom), que reúne 60 por cento das empresas do setor, disse que o consumo de etanol subiu 24 por cento para 556,6 milhões de litros em junho ante o mesmo mês em 2012 e cresceu 10 por cento ante maio.

terça-feira, 16 de julho de 2013

Saiba como usar e onde fica o kit obrigatório do carro


Obrigatório em todos os carros, o kit formado por chave de rodas, triângulo e macaco geralmente só é lembrado na hora do aperto. O problema é que muitos motoristas nem sabem ao certo onde fica, quanto mais como usar cada uma das peças. Se você é um dos poucos sortudos que nunca precisou trocar pneu na rua, preste atenção para não passar trabalho com o pneu furado.

Na maioria dos carros, o kit fica no porta-malas, abaixo do estepe, sob um tapete. Em caso de precisar trocar o pneu, é necessário desenroscar uma trava para retirá-los.

A falta dos itens do kit obrigatório é infração de trânsito gravíssima e rende ao motorista multa de R$ 191,54 e mais sete pontos na carteira de habilitação. A falta do estepe custa R$ 127,69 e cinco pontos na CNH.

Saiba para que serve cada item e as pegadinhas que você pode evitar.

Triângulo - O primeiro passo é a segurança. Abra o triângulo que fica dobrado e coloque a cerca de 10 metros da traseira do carro e ligue o pisca alerta, para que os demais motoristas vejam que você está parado. O triângulo é fácil e rápido de montar, mas preste atenção para que o pé de suporte esteja firme para sustentá-lo em pé.

Macaco - Diferentemente do carro antigo de seu avô, os veículos de hoje vêm com macacos dobráveis e leves para levantar os automóveis. Não precisa fazer academia para tocar a manivela e erguê-lo. O macaco deve ser encaixado no friso que fica na lataria. É importante puxar o freio de mão do carro e observar se o macaco está fixo.

Chave de roda – As chaves dos carros mais antigos eram em formato de cruz. As novas são quase todas em formato de “L”. Algumas vêm ainda com um adaptador, uma pequena alavanca, para facilitar na hora de frouxar os parafusos.

Estepe - Ah, é importante sempre olhar se o estepe está no lugar porque aumentaram muitos os casos de furtos. O pneu, claro, precisa estar calibrado.

Dicas de como se comportar em caso de acidente de trânsito

Veículos se chocam em Ribeirão Bonito. Caminhonete teria cruzado rodovia e batido em SaveiroVocê cuidou, se preveniu, prestou atenção, mas não adiantou: se envolveu em um acidente de trânsito. E agora, o que fazer? É preciso tirar o carro da pista? Posso remover as vítimas? Essas dúvidas são comuns a muitos motoristas, mesmo os mais experientes. Pensando nisso, a reportagem do Bom Dia Rio Grande preparou dicas de como proceder em quatro situações distintas e não correr riscos. Confira todas elas abaixo.

Para as situações descritas acima, existem regras de trânsito a serem seguidas, que não chegam a ser nenhuma novidade. Mas por desconhecimento ou falta de informações sobre os desdobramentos dos acidentes, muitos condutores acabam se portando de maneira inadequada após um acidente de trânsito. Esse é o caso, principalmente, dos motoristas que têm medo de remover o veículo do local do acidente e perder a cobertura do seguro.

As seguradoras alertam, no entanto, que a investigação em caso de sinistro vai além do momento em que ocorreu a colisão. As partes envolvidas são ouvidas, os estragos nos carros avaliados e outras técnicas são usadas pra garantir a indenização do segurado. Qualquer reclamação sobre atuação das seguradoras com relação a cobertura pode ser feita no site da Superintendência de Seguros Privados.

Regra nº 1 – Se o acidente tem apenas danos materiais, ou seja, ninguém ficou ferido, se for possível, o certo é tirar o veículo da pista na hora, seja na cidade, seja na estrada. Quem não fizer isso pode ser multado.

Orientação

“É importante que o condutor envolvido em acidente sem vítimas retire o carro, até porque existe o artigo 178, que prevê uma autuação em que ele tem que priorizar a segurança e fluidez da via. Caso não retire, pode ser autuado. É uma multa média em torno de R$ 85”.

Regra nº 2 – Se há vítimas, o certo é prestar os primeiros socorros, mas nunca retirar do local do acidente pessoas que possam estar com ferimentos graves".

Orientação

“Tem feridos no local, alguém machucado, passando mal, aguarda. Aciona o Samu e a polícia rodoviária que a gente vai chamar a ambulância. A pessoa ferida, com corte, com possível membro quebrado, tem que ser retirada por especialistas”.

Regra nº 3 – Quando você está vindo pela rodovia e vê que há um acidente, é importante é sinalizar que está reduzindo a velocidade e que vai ser preciso parar.

Orientação

“Viu um acidente, já começa a frear e se estar indo parar liga o pisca-alerta. Mantém o pisca-alerta parado e, no caso de rodovia bloqueada, pode ir para o acostamento para evitar que alguém bata na traseira. Mas se ficar na pista, mantenha o pisca-alerta ligado para evitar acidentes”.

Regra nº 4 - A curiosidade muitas vezes é a causa de outros acidentes, então evite parar e reduzir a velocidade.

Orientação

“A curiosidade é um dos grandes problemas, porque os policias e socorristas estão envolvidos com a situação crítica e passa o condutor muito devagar. Tem um policial orientando para fluir o trânsito, porque quanto mais lento, mais chance de outro acidente. Essa curiosidade mostra desatenção do motorista com a condução do veículo. Muitas vezes, as pessoas querem tirar fotos para postar nas redes sociais e acabam sendo multados por isso".

Ademir Souza das chagas instrutor e perito de transito.

Milhares de brasileiros compraram carros inseguros em 2012

A segurança veicular passou a ser um assunto mais sério na América Latina desde que o Latin NCAP começou a pôr à prova os veículos à venda nessa região, em 2012. A instituição é o braço latino-americano do Euro NCAP, o mais importante e respeitado órgão de avaliação sobre segurança em automóveis no mundo.

 Segundo pesquisa da instituição, a América Latina consumiu em 2012 mais de 450 mil carros que oferecem risco de morte no caso de acidentes, a maior parte no Brasil, maior mercado da região. “Esses carros inseguros conquistaram um ou nenhuma estrela nos crash-tests. São na maioria o primeiro veículo de muitas famílias”, explicou Alejandro Furas, diretor técnico do Global NCAP, no comunicado.

Na nota que avisa sobre a próxima bateria de testes, cujos resultados serão divulgados dia 24 de julho no México, o Latin NCAP também divulgou que vai aumentar os critérios de avaliação para os carros à venda em países na América Latina a partir deste ano até 2015.

Na classificação do Latin NCAP, os carros que oferecem riscos são modelos como o Chevrolet Celta, Fiat Palio, Ford Ka, JAC J3, Peugeot 207, VW Gol, Renault Sandero, entre outros. Todos esses carros, com exceção do J3 importado da China, são produzidos no Brasil.

Novos critérios

Veículos antes classificados com apenas uma estrela em segurança agora terão pontuação zero, segundo os novos critérios de avaliação do Latin NCAP. A intenção da instituição com as novas regras é ser mais incisivo e claro ao separar os veículos que oferecem uma segurança ruim dos que têm condições aceitáveis.

“Se no crash-test de determinado carro for registrada alguma lesão que apresente risco de vida ao ocupante, a pontuação automaticamente será de apenas uma estrela. Esse critério será considerado nos testes a partir deste ano até 2015”, contou Furas.

Alcançar a pontuação máxima de cinco estrelas também será mais difícil, adiantou o Latin NCAP. Para isso, o veículo avaliado terá de conseguir boas notas em testes de impacto frontal, choques laterais e terão de ser equipados com alerta sonoro de cinto de segurança e sistema de freios ABS com quatro canais, tecnologia que permite a instalação do controle eletrônico de estabilidade. Até o momento nenhum automóvel testado na região conseguiu uma nota superior a quatro estrelas.

8 razões para você deixar de usar o carro

carroPesquisas mostram que para quem não percorre longas distâncias no dia a dia, usar táxi pode ser mais econômico do que usar um carro. Para quem se enquadra nessa situação, ou tem fácil acesso ao transporte público, abandonar o carro pode ser algo libertador, por uma série de motivos.

Além do impacto no orçamento, em grandes cidades outro fator que tem pesado contra os carros são os congestionamentos. Mesmo quem não tem problema em arcar com os custos de manter um veículo tem se incomodado com a perda de tempo no trânsito e já entendeu que abrir o notebook em um táxi ou encarar um metrô lotado pode ser melhor do que se sentar diante do volante e se estressar com os engarrafamentos.

Estudo realizado anteriormente por EXAME.com, em parceria com a Academia do Dinheiro, comparou os custos anuais de manter um carro e de utilizar táxis para ir e voltar do trabalho em dias úteis em Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro. Como conclusão, o levantamento mostrou que nesses locais, em média, quem percorre até 10,5 quilômetros por trecho, gasta menos se utilizar apenas táxis.

De qualquer forma, sentir ou não sentir falta do carro dependerá totalmente do tipo de uso que você faz e das alternativas de locomoção que você teria. Quem pode usar ônibus fretados, por exemplo, ou mora perto de uma estação de metrô, pode ver muitas vantagens. Assim como para alguém que tem um parente ou uma pessoa próxima que tem um carro e que pode ser usado em uma situação de emergência.

A seguir estão algumas razões pelas quais você deveria, se não abandonar completamente, ao menos considerar como seria uma vida sem carro. Leia e avalie se elas fazem sentido para você.

1) Não sofrer com a depreciação do seu bem

Diferentemente de um imóvel, é praticamente impossível um carro ganhar valor com o tempo. Isso só acontece com alguns poucos veículos antigos que se tornam alvo de colecionadores.

Na última pesquisa sobre depreciação da agência Autoinforme em parceria com a Molicar, o carro que menos se depreciou, o Fiat Uno, perdeu nada menos do que 6,7% do seu valor depois de um ano de uso. Por isso, não há escapatória, de fato carro não é investimento.

2) Ficar longe do aumento do preço dos combustíveis

Como se não fosse suficientemente chato parar no posso de combustível para abastecer o carro, o motorista ainda precisa lidar com certa frequência com a ingrata surpresa de pagar cada vez mais para encher exatamente o mesmo tanque. Ainda que estejamos em um momento de trégua, já que a presidente da Petrobras descartou o aumento do combustível por ora, infelizmente o próximo aumento alguma hora há de vir. Mais cedo ou mais tarde, quem tem carro sempre fica a mercê das oscilações dos preços.

3) Evitar gastos com taxas e impostos

Ninguém gosta de saber que junto com o décimo terceiro também vêm os fatídicos gastos extras do começo do ano. Pois sem carro, parte deles pode ser limada, como o IPVA (que varia entre 1% a 4% do valor do carro, dependendo do estado), o licenciamento, o DPVAT e a inspeção veicular (em algumas cidades).

4) Dizer tchau aos gastos e à perda de tempo com manutenção

A lista de gastos com manutenção do carro é extensa. Levantamento feito por EXAME.com mostrou que entre as despesas regulares podem ser incluídas a revisão, que varia entre 100 a 600 reais, a troca de óleo, que pode variar entre 100 e 170 reais, a troca do filtro de ar, que oscila entre 20 a 60 reais, a troca do filtro de combustível, que varia de 20 a 200 reais, a troca da pastilha de freios, que pode custar entre 50 a 170 reais, o balanceamento dos pneus, que fica entre 50 a 150 reais, a troca de pneus, que pode variar entre 100 e 700 reais, o alinhamento da direção, que consome entre 50 e 150 reais, e lavagem, que varia entre 10 e 50 reais.

Considerando que o motorista em um mês tivesse que fazer todas essas manutenções, seu gasto médio com elas seria de 1.375 reais.

5) Não se surpreender com gastos inesperados

Quem tem carro sabe que é preciso estar sempre preparado para despesas inesperadas, e pode-se dizer que são raros os meses em que a conta do carro inclui apenas gastos previstos. Entre despesas eventuais, podem ser incluídos: o valor da franquia do seguro em caso de acidente, reparos, o custo do pedágio em uma viagem, multas de trânsito e por aí vai.

6) Dizer adeus aos estacionamentos, flanelinhas e afins

Os gastos com estacionamentos em algumas cidades beiram o absurdo. No Rio de Janeiro, as mensalidades são tão elevadas, que no centro da cidade existem até mesmo vagas de garagem vendidas por 100 mil reais.

E mesmo quem tem estacionamento em casa e no trabalho precisa se sujeitar vez ou outra a deixar o carro em um estacionamento, seja ao ir ao shopping, a um restaurante, ou a uma festa. E em eventos grandes a situação é crítica: flanelinhas chegam a cobrar 150 reais em shows internacionais - conforme constatou uma reportagem da TV Globo -, e mesmo em partidas de futebol rotineiras, deixar menos de 10 reais para estacionar em um lugar que é público é praticamente impossível, além de ser arriscado.

7) Livrar-se do seguro e viajar para a Europa

Além de gastar com manutenção, combustível, estacionamento, imposto, eventuais reparos e multas, quem tem um carro em cidade grande precisa pagar também o seguro – a não ser que goste de viver sob alta tensão. E os preços não são baratos. Todo ano o proprietário precisa desembolsar algo como 5% do valor do seu carro com o seguro. Com o preço médio pago pelo seguro de uma Chevrolet S10, por exemplo, que custa 2.726,40 reais, seria possível pagar todo ano (e com muito mais prazer) passagens de ida e volta para a Europa.

8) Você pode alugar um carro por algumas horas se for preciso

Com a possibilidade de alugar um carro, o ex-proprietário pode ter um veículo à sua disposição sem arcar com os seus custos fixos.

Desde 2010, a empresa de compartilhamento de veículos Zazcar disponibilizou aos paulistanos a opção de alugar um carro por algumas horas em diferentes pontos da cidade. Essa modalidade de aluguel de veículos tem ganhado popularidade em mercados maduros como Estados Unidos e Europa. O cliente pode reservar o carro pela internet e pegá-lo em um posto da Zazcar. As tarifas partem de 6 reais a hora, ou 49 reais a diária.

Se o ponto de retirada do carro for próximo ao local onde você mora, é possível fazer uma boa economia alugando um carro em vez de pagar um táxi. O aluguel também pode ser uma boa alternativa para quem viaja em grupos, já que se o valor for dividido entre algumas pessoas, o custo para cada uma pode sair mais em conta do que a passagem de ônibus.

Além da Zazcar, diversas outras empresas trabalham com o aluguel de carros, mas cobram a diária e não a hora de uso. No site Carro Aluguel é possível pesquisar os valores de aluguel disponíveis para a data buscada em 44 locadoras diferentes, em 144 cidades.

Apenas uma a cada três multas cometidas chega ao motorista

Apenas um terço de todas as infrações de trânsito registradas por radares das rodovias federais nos últimos 12 meses se converteu em multas e foi enviado aos condutores. De acordo com dados do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), obtidos pelo Estado por meio da Lei de Acesso à Informação, entre julho de 2012 e junho de 2013, 6,5 milhões das 9,6 milhões de multas por excesso de velocidade ficaram impunes, sem pagamento ou anotação dos pontos na carteira do motorista.
multasEspecialistas em tráfego culpam a falta de comunicação entre os Departamentos Estaduais de Trânsito (Detrans) e o Dnit. Mas o órgão federal diz que o principal problema é técnico: infrações são registradas, mas as fotografias não podem ser usadas porque, por algum motivo, não mostram com clareza as placas dos carros.


Os casos mais graves ficam em Minas Gerais, Estado que tem a maior malha viária federal do País. Lá, os radares registraram pouco mais de 1,2 milhão de infrações, mas apenas 286 mil multas foram enviadas para os motoristas. No Distrito Federal, três rodovias contam com radares que flagraram 483 infrações. Mas nenhuma delas se converteu em Notificação de Autuação (NA) - a emissão da multa para o condutor.


Em São Paulo, o Dnit mantém 20 radares em operação, 11 deles na BR-488, a menor rodovia federal do País, com cerca de 6 quilômetros. Ela liga a Rodovia Presidente Dutra à cidade de Aparecida e registra grande movimento por causa das romarias. Os demais aparelhos estão na Dutra. Das cerca de 160 mil infrações registradas por esses equipamentos, 100 mil ficaram impunes.


Plano. Outra questão é a demora da instalação do sistema de monitoração. Os radares federais fazem parte do Programa Nacional de Controle Eletrônico de Velocidade (PNCV), lançado em 2009 e que previa 2.969 aparelhos em operação no País em 2013. Até dezembro do ano passado, no entanto, menos da metade dos equipamentos (1.180) estava instalada e fazendo a fiscalização das rodovias. A previsão é que, até o fim deste ano, o Dnit invista R$ 773 milhões para terminar a instalação.


O PNCV, que tem um orçamento total de R$ 1,4 bilhão, chegou a ser questionado, no ano passado, pelo Tribunal de Contas da União justamente pela demora na implementação dos radares. Após as ações do órgão, o então ministro dos Transportes, Sérgio Passos, anunciou aumento da verba para o programa e novo cronograma de instalação dos radares.


A falta dos radares, por outro lado, não impede a queda no número de mortes. No último feriado prolongado nacional, o de Corpus Christi, no fim de maio, por exemplo, o total de mortos em acidentes nas rodovias federais caiu 35% (de 2.173 para 1.413) na comparação com o mesmo feriado em 2012,


O engenheiro de trânsito Luiz Célio Bottura, ex-ombudsman da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) de São Paulo, entretanto, afirma que a queda das mortes é resultado de outros fatores. "O motorista está com mais consciência. O governo federal está investindo mais em campanhas educativas, e há uma noção maior sobre o risco de dirigir embriagado. É claro que, se a multa não chega em casa, há o fator educativo da infração que deixa de ser cumprido."